Resumo
A criopreservação de vírus da raiva tem sido descrita de forma sucinta na literatura científica. Até o presente, poucas informações encontram-se disponíveis sobre o uso de agentes crioprotetores na conservação a frio de vírus da raiva. O objetivo deste trabalho foi de analisar a viabilidade de vírus da raiva expostos aos procedimentos de congelação/descongelação e de avaliar o efeito do dimetilsulfóxido (DMSO), do glicerol (GLI), do polietilenoglicol (PEG) e da sacarose (SAC), em diferentes concentrações, na criopreservação de vírus da raiva. A viabilidade viral foi testada por meio de isolamento viral utilizando-se testes de inoculação em camundongos, titulação viral e imunofluorescência direta antes e 30 dias após terem sido instituídos os protocolos de congelação. A viabilidade das amostras de vírus da raiva após criopreservação na ausência de agentes crioprotetores foi inferior àquela observada em outros tratamentos. Após 30 dias de congelação, a viabilidade das amostras criopreservadas com adição de DMSO, GLI e PEG foi mais baixa do que a observada em amostras frescas. Adicionalmente, o uso da sacarose nas concentrações de 10% ou 68% induziu efeitos positivos na viabilidade das partículas virais após criopreservação a curto prazo.
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Copyright (c) 2011 Edmara Chaves Costa, Maria Fátima da Silva Teixeira, Tereza D'Ávila de Freitas Aguiar, Benedito Neilson Rolim, Phyllis Catharina Romijn, Marcos Fábio Gadelha Rocha