Ensaios de atividade antimicrobiana in vitro e mutagênica in vivo com extrato de Vernonia polyanthes Less (Assa-peixe)
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Palavras-chave

susceptibilidade antimicrobiana
mutagenicidade
Vernonia polyanthes Less
diferenciação celular
fitoterápicos

Como Citar

1.
Jorgetto GV, Boriolo MFG, Silva LM, Nogueira DA, José TD da S, Ribeiro GE, Oliveira N de MS, Fiorini JE. Ensaios de atividade antimicrobiana in vitro e mutagênica in vivo com extrato de Vernonia polyanthes Less (Assa-peixe). Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de janeiro de 2011 [citado 11º de dezembro de 2024];70(1):53-61. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32591

Resumo

Neste estudo foram analisados os efeitos do extrato hidroalcoólico de Vernonia polyanthes Less (Assa-peixe) sobre crescimento e diferenciação celular do protozoário Herpetomonas samuelpessoai, a susceptibilidade antimicrobiana in vitro, a dose letal média (DL50) e a mutagenicidade in vivo (teste do micronúcleo). A inibição do crescimento de H. samuelpessoai foi evidenciada, quando exposto às concentrações crescentes do extrato, embora sem aparecimento de forma diferenciada de opistomastigota, em percentual relevante. As linhagens-padrão de Bacillus cereus, Escherichia coli, Proteus mirabilis, Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes e Salmonella Typhimurium mostraram halos de inibição quando expostas ao extrato de V. polyantes Less. Contudo, os efeitos bacteriostáticos foram observados em Bacilus cereus (180,1 mg/mL), Escherichia coli (72,04 mg/mL) e Proteus mirabilis (144,08 mg/mL). A avaliação mutagênica do extrato de V. polyanthes Less revelou ausência e moderado efeito clastogênico e/ou aneugênico, respectivamente, nas dosagens de 1000 e > 1500 mg/Kg, independentemente do tempo de tratamento (24/48 h) e do sexo do animal. Tais resultados foram sugestivos de ocorrência de toxicidade sistêmica, em virtude de aumento de eritrócitos normocromáticos na medula óssea dos camundongos, que também ocorreram independentemente da dose, gênero e tempo de tratamento. Contudo, a ausência de DL50 foi observada em todas as concentrações testadas (250-2000 mg/Kg).

https://doi.org/10.53393/rial.2011.v70.32591
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Copyright (c) 2011 Giovanna Vallim Jorgetto, Marcelo Fabiano Gomes Boriolo, Lucimara Maria Silva, Denismar Alves Nogueira, Thiago Donizete da Silva José, Grazielle Esteves Ribeiro, Nelma de Mello Silva Oliveira, João Evangelista Fiorini

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