Dinâmica de circulação de Leishmania spp. no ambiente enzoótico de duas regiões do Estado de São Paulo, Brasil
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Palavras-chave

ecoepidemiologia das leishmanioses
Estado de São Paulo
reservatórios silvestres e domésticos
flebotomíneos
dinâmica de circulação
coorte de animais silvestres

Como Citar

1.
Taniguchi HH. Dinâmica de circulação de Leishmania spp. no ambiente enzoótico de duas regiões do Estado de São Paulo, Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de janeiro de 2011 [citado 2º de maio de 2024];70(1):93-. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32598

Resumo

Com o objetivo de investigar a ecoepidemiologia de Leishmania spp. com relação a animais silvestres e aos flebotomíneos vetores, desenvolveram-se estudos em duas áreas no Estado de São Paulo (Ilhabela e Itupeva) no período de outubro de 2000 a setembro de 2009. Foram capturados 2.714 animais, dos quais 21,22% tiveram uma única captura, enquanto 78,78% foram recapturados até 35 vezes. Exemplares de Philander opossum permaneceram até 79 meses no mesmo local em Ilhabela. A recaptura sistemática e o longo tempo de permanência nos mesmos locais de alguns espécimes indicam a existência de territórios bem definidos, principalmente para Philander opossum e Proechimys iheringi. A leishmaniose tegumentar americana no município de Itupeva ocorre em áreas de antiga colonização. Caracteriza-se por apresentar casos humanos e caninos em áreas com intensa ação antrópica próximas à mata e com evidências de participação de Nyssomyia neivai e Nyssomyia whitmani nos ambientes peri e intradomiciliar. Em interior de mata verificou-se que Ny. neivai, Ny. whitmani e Evandromyia edwardsi são as espécies predominantes. Não se observou infecção natural por Leishmania sp. em qualquer dos exemplares de flebotomíneos examinados. Em relação aos possíveis reservatórios silvestres, identificou-se: Leishmania (V.) braziliensis infectando Didelphis albiventris, Nectomys squamipes e Lutreolina crassicaudata e Leishmania sp. em Akodon sp. e D. albiventris. No bairro Monte Serrat, foi isolado Leishmania sp. de um Didelphis albiventris capturado no peridomicílio, podendo este marsupial atuar como elo entre o ciclo silvestre e o doméstico. A presença de L.(L.) infantun chagasi em ciclo silvestre (Akodon sp. e D. albiventris) em região sem leishmaniose visceral (humana ou canina) em Itupeva e a presença do vetor Lutzomyia longipalpis merecem destaque e cuidado redobrado das autoridades de vigilância e controle das leishmanioses, em particular da forma visceral que grassa em todo o território paulista, inclusive em locais com ausência dessa espécie de flebotomíneo. Em Ilhabela, em uma fazenda próxima à área de proteção ambiental, verificou-se a presença concomitante de L. (V) braziliensis e L.(L) amazonensis em exemplares de Proechimys iheringi; também foram encontrados exemplares de P. iheringi e P. opossum infectados por Leishmania sp. capturados em ambiente florestal. Os flebotomíneos mais abundantes foram Ny. intermedia e Migonemyia migonei, tanto em galinheiros no peridomicílio quanto em interior de mata, e houve a presença menos expressiva de Ev. edwardsi nos dois ambientes. Casos humanos de LTA ocorreram em áreas muito próximas às matas, demonstrando estreita relação com ciclos enzoóticos.

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Copyright (c) 2011 H. H. Taniguchi

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