Avaliação da contaminação por matérias estranhas em carne de sol comercializada em “casas do norte”
PDF

Palavras-chave

carne de sol
condições sanitárias
“casas do norte”
matérias prejudiciais à saúde
segurança alimentar

Como Citar

1.
Mennucci TA, Marciano MAM, Atui MB, Poli Neto A, Germano PML. Avaliação da contaminação por matérias estranhas em carne de sol comercializada em “casas do norte”. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de janeiro de 2010 [citado 24º de abril de 2024];69(1):47-54. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32674

Resumo

A carne de sol é um produto artesanal, obtido de técnicas de salga e desidratação, empregado por populações do Norte e Nordeste do Brasil. A falta de emprego de tecnologia mais avançada no processamento e no estabelecimento de padrões oficiais de identidade e de qualidade contribuem na produção, comercialização e distribuição em condições sanitárias insatisfatórias, os quais põem em risco a saúde do consumidor. Com o objetivo de avaliar as condições sanitárias da carne de sol comercializada em “casas do norte”, foi pesquisada a ocorrência de matérias estranhas. Foram analisadas 44 amostras de carne de sol coletadas de 22 “casas do norte” localizadas em Diadema –SP/Brasil. As condições de exposição e de comercialização do produto nas “casas do norte” foram investigadas, as quais serviram de informação complementar na apreciação do grau de segurança alimentar do produto. Em todas as amostras analisadas foram encontradas matérias estranhas, tais como, insetos, fragmentos, larvas, exúvias, ácaros, pelos de roedor, bárbula de ave, fungos filamentosos e, também, objetos pontiagudos e cortantes. Em 11 locais de venda foi verificada a presença de vetores mecânicos. Das amostras analisadas, 90,9% apresentaram condições sanitárias insatisfatórias em função da presença de perigos físicos. Esses achados, associados às condições observadas nas “casas do norte”, indicam que os produtos analisados podem colocar em risco a saúde do consumidor.
https://doi.org/10.53393/rial.2010.v69.32674
PDF

Referências

Costa EL, Silva JA. Qualidade sanitária da carne de sol comercializada em açougues e supermercados de João Pessoa – PB. Bol. CEPPA. Curitiba. 1999; 17 (2): 137-44.

2. Lira GM, Shimokomaki M. Parâmetros de qualidade da carne de sol e dos charques. Rev Hig Alim. 1998; 12 (58): 33-5.

3. Souza NL. Efeito da combinação de sal com lactato e diacetato de sódio nas características sensoriais, físico-químicas, cor e textura de um produto similar à carne-de-sol. [dissertação de mestrado]. Campinas: Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas, 2005.

4. Costa EL, Silva JA. Avaliação Microbiológica da carne de sol elaborada com baixos teores de cloreto de sódio. Rev Hig Alim. 2001; 21(2): 149-53.

5. Nóbrega DM, Schneider IS. Contribuição ao estudo da carne de sol visando melhorar sua conservação. Rev Hig Alim. 1983; 2(3): 150-4.

6. Serviço de Informação da Carne [SIC]. Charque, carne de sol, carne seca. Desenvolvido pelo Comitê Técnico do SIC. São Paulo. Disponível em: http://www.sic.org.br/charque.asp Acesso em 10 de novembro 2007.

7. Santos MC, Rodrigues RMMS. Carnes salgadas: verificação da contaminação por insetos. Rev Hig Alim. 1991; 5 (18): 33-6.

8. Food and Drug Administration [FDA]. Bacteriological Analytical Manual Online. 2001. Disponível em: http://www.cfsan.fda.gov

9. Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA]. Resolução RDC n° 175, de 8 de julho de 2003. Aprova o regulamento técnico de avaliação de matérias macroscópicas e microscópicas prejudiciais à saúde humana em alimentos embalados. Diário Oficial [da] União. Brasília, DF, 10 jul. de 2003.

10. Brasil. Portaria SVS/MS no 326, de 30 de julho de 1997. Regulamenta as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos. Diário Oficial [da] União. Brasília, DF, 1 ago 1997. Seção I.

11.Atui MB, Rodrigues RMMS, Soares JS. Novos rumos em microscopia alimentar. Bol. Inst Adolfo Lutz. 2007; 17(1/2): 19-20.

12. Baglioni F, Gumerato HF, Masaguer PR. Ocorrência de fungos filamentosos termo-resistentes em polpa de tomate envasada assepticamente. Ciênc Tec Alim. 1999; 19 (12): 258-63.

13.Costa FN, Rossi Júnior OD. Bactérias do gênero Aeromonas em abatedouro de frangos. Arq Bras Med Vet Zootec. 2002; 54 (5): 534-5.

14. Tucci EC, Guastali EAL, Rebouças MM, Mendes MC, Gama NMSQ. Infestação por Megninia spp. em criação industrial de aves produtoras de ovos para consumo. Arq Inst Biol. 2005; 72 (1): 121-4.

15. Veiga T, Oliveira M da S, Hofer E. Salmonella em roedores na cidade do Rio de Janeiro. Congresso Brasileiro de Microbiologia; 1977, Belo Horizonte. Anais. Rio de Janeiro: FEEMA, 1978.

16. Carter M.E, Chengappa MM. Enterobacteria. In: Carter ME, Chengappa MM, editors. Diagnostic Procedures in Veterinary Bacteriology and Micology. 4. ed. Philadelphia (London):1991.

17. Acha PN, Szyfres B. Zoonosis y enfermedades transmisibles comunes al hombre y a los animales. Organización Panamericana de la Salud. Washington: 2003.

18. Thyssen PJ, Moretti TC, Ueta MT, Ribeiro OB. O papel dos insetos (Blattodea, Diptera e Hymenoptera) como possíveis vetores mecânicos de helmintos em ambiente domiciliar e peridomiciliar. Cad Saúde Pública. 2004; 20 (4) 1096-102.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2010 Tatiana Almeida Mennucci, Maria Aparecida Moraes Marciano, Márcia Bittar Atui, Adelino Poli Neto, Pedro Manuel Leal Germano

Downloads

Não há dados estatísticos.