Efeito in vitro de concentrações de metabisulfito de sódio, benzoato de sódio e sorbato de potássio sobre fungos termorresistentes
PDF

Palavras-chave

Byssochlamys
Neosartorya
Talaromyces
metabissulfito de sódio
benzoato de sódio
sorbato de potássio
fungos termorresistentes

Como Citar

1.
López AMQ, Lima-Coelho SF, Ferreira LFR. Efeito in vitro de concentrações de metabisulfito de sódio, benzoato de sódio e sorbato de potássio sobre fungos termorresistentes. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de abril de 2009 [citado 1º de maio de 2024];68(2):215-23. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32720

Resumo

Os fungos termorresistentes dos gêneros Byssochlamys, Neosartorya e Talaromyces representam grave problema para a indústria processadora de alimentos, especialmente de frutas e hortaliças, em virtude da ocorrência de ascosporos extremamente resistentes e/ou de micotoxinas termoestáveis. Com o propósito de fornecer subsídios quanto ao uso de quantidades mais racionais de conservantes pela indústria de alimentos e, portanto, tornar seu consumo menos danoso à população, o presente estudo determinou in vitro a concentração mínima de metabissulfito de sódio, benzoato de sódio e sorbato de potássio necessária e sufi ciente para inibir o crescimento micelial e a germinação de ascósporos de B. fulva, N. fischeri e T. flavus em meio de cultivo acidificado (pH 3,5). Foi demonstrado que metabissulfito de sódio em baixas concentrações é tão eficiente na inibição dos fungos mencionados quanto aos demais conservantes em altas concentrações. Por comparação com os procedimentos utilizados pelas indústrias de alimentos, é possível inferir que estas podem reformular o uso de conservantes, considerando-se o tipo de matéria-prima, a temperatura de processamento, a combinação e concentração efetivamente necessária de aditivos, bem como os efeitos tóxicos desses compostos para a saúde humana.

https://doi.org/10.53393/rial.2009.v68.32720
PDF

Referências

1. Leitão MFF. Microbiologia das frutas tropicais e seus produtos. In: Instituto de Tecnologia de Alimentos (Campinas, SP) Ed. Frutas tropicais: aspectos tecnológicos. Campinas: ITAL; 1978. p. 83-144.

2. Schmidt FL. Deterioração de sucos de frutas em embalagens assépticas. Um “novo” microrganismo desponta: Alicyclobacillus acidoterrestris. Bol Inf Fruthotec. 1995; 2(4): 2.

3. Cunha VAB. Estudo experimental e modelagem do crescimento de fungos filamentosos termorresistentes em sucos tropicais [dissertação de mestrado]. Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina, 2003. 98 p..

4. Aragão GMF. Identifi cação e determinação da resistência térmica de fungos fi lamentosos termorresistentes isolados da polpa de morango [dissertação de mestrado]. Campinas, SC: Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, 1989. 139p..

5. King JDA, Halbrook WU. Ascospore heat resistance and control measures for Talaromyces flavus isolated from fruit juice concentrate. J Food Sci. 1987; 52:1252-4.

6. Scott VN, Bernard DT. Heat resistance of Talaromyces fl avus and Neosartorya fi scheri isolates from commercial fruit juices. J Food Protect. 1987; 50(1):18-20.

7. Spotti E, Casolari A. Indagine sul contenuto di catalasi di muffe gasogene e altri microrganismi. Ind Conserve. 1987; 62: 22-4.

8. Dragoni I, Comi G. Presenza di mufl e e lieviti in succhi di frutta prodotti industrialmente. Ind Bevande. 1985; 14:599-06.

9. Baglioni F, Gumerato HF, Massaguer PR. Occurrence of heat resistant molds in tomato pulp packed aseptically. Ciênc Tec Alim 1999; 19(2): 258-63.

10. Hoffmann MVGS. Estudo de resistência térmica de Byssochlamys nivea e Talaromyces flavus em suco de maçã [dissertação de mestrado]. Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. 102 p.

11. Olliver M, Smith G. Byssochlamys sp nov. J Bot Br Foreign. 1933; 71: 169-97.

12. Olliver M, Rendle TA new problem in fruit preservation: studies on B. fulva and its effect on the tissues of processed fruit. J Soc Chem Ind. 1934; 53: 166T.

13. Eiroa MNU, Amstalden VC. Ocorrência de espécies de Byssochlamys em hortas, pomares e vinhedos da região de Campinas. Colet ITAL. 1985; 15:61-0.

14. Ellis WO, Smith JP, Simpson BK, Oldham JH. Afl atoxins in food: occurrence, biosynthesis, effects on organisms, detection, and methods of control. Crit Rev in Food Sci & Nutr. 1991; 30(4): 403-39.

15. Frank HK. Diffusion of afl atoxin in foodstuffs. J Food Sci. 1968; 33: 89-00.

16. Pinto AFMA. Doenças de origem microbiana transmitidas por alimentos. [acesso em 18 de novembro de 2004.] Disponível em: http://www.ipv.pt/millenium/ect4_1.htm.

17. Kubena LE, Harvey RB, Phillips TD, Corrier DE, Huff WE. Diminution of afl atoxicosis in growing chickens by the dietary addition of a hydrated sodium calcium aluminosilicate. Poultry Sci. 1990; 69: 727-35.

18. Araújo JMA. Química de alimentos: teoria e prática. 19. ed. Viçosa: Imprensa Universitária, 1995.

19. Brasil Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária [ANVISA]. Resolução RDC nº 3, de 15 de janeiro de 2007. Aprova os Regulamentos Técnicos sobre “Atribuição de Aditivos e seus Limites Máximos para a Categoria 3 de Alimentos: Gelados comestíveis”, sobre “Atribuição de Aditivos e seus Limites Máximos para a Categoria 13 de Alimentos: Molhos e Condimentos”, e sobre “Atribuição de Aditivos e seus Limites Máximos para a Categoria de Alimentos 16.2: Bebidas Não Alcoólicas, Subcategoria 16.2.2: Bebidas Não Alcoólicas Gaseificadas e Não Gaseificadas”, que consta como Anexo. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 jan. 2007.

20. Brasil. Ministério da Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) Resolução RDC nº 217, de 29 de julho de 2005. Aprova a Extensão de Uso do Aditivo Dióxido de Enxofre e seus Sais de Cálcio, Sódio e Potássio na Função Conservador em Polpas e Purês de Vegetais de acordo com o Anexo. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1º ago. 2005.

21. Srour R. Benzoic acid and derivatives. In: Srour R, ed. Aromatic intermediates and derivatives. Paris; 1998. p. A.IV.1– A.IV.17.

22. Jay JM. Microbiologia de Alimentos. 6ª Ed. São Paulo: Editora Artmed; 2005.

23. Piper PW. Yeast superoxide dismutase mutants reveal a pro-oxidant action of weak organic acid food preservatives. Free Radic Biol Med 1999; 27(11-12):1219-27.

24. Nascimento RF, Prata LF, Aquino FWB, Amorim AGN. Determinação de aditivos, aldeídos furânicos, açúcares e cafeína em bebidas por cromatografi a líquida de alta eficiência: validação de metodologias. Ciênc Tec Alim. 2004; 24(1): 32-8.

25. World Health Organization – WHO. Benzoic acid and sodium benzoate. Conc Int Chem Assess Geneva. 2000.(Doc 26).

26. Food Standards Agency (FSA). Agency revises advice on certain artificial colours. FSA 11 Sept 2007.[acesso em 24 de Janeiro de 2009]. Disponível em: http://www.food.gov.uk/news/newsarchive/2007/sep/ foodcolours,.

27. Taylor SL, Bush RK. Sulfi tes as food ingredients. Food Tech. 1986; 40 (6): 47-2.

28. Taylor SL, Bush RK. Sulfi tes as food ingredients. Food Tech. 1987; 39 (11): 532-6.

29. Teles Fº PA. Asma Brônquica – tipos: asma por sulfi tos. [acesso em 24 de janeiro de 2009]. Disponível:em;http://www.asmabronquica.com.br/medical/tipos_de_asma_asma_sulfi tos.html.

30. Taylor SL. Why sulfi te alternatives? Food Technol. 1993; 47 (10): 14.

31. National Institute of Health (NIH). Adverse Reactions to Foods. American Academy of Allergy and Immunology Committee on Adverse Reactions to Foods and National Institute of Allergy and Infectious Diseases. U.S. Department of Health and Human Services- Public Health Service. Washington, DC, USA: U.S. Government Printing Office, 1984. Publication n. 84-2442.

32. Peroni DG, Boner AL. Sulfi te sensitivity. Clin Exp Allergy. 1995; 25 (8): 680-1

33. Perrin-Ansart MC. Sur les sulfi tes employés comme conservateurs. Cah Nutr Diet. 1989; 24 (4): 291-7.

34. Papazian R. Sulfi tes, safe for most, dangerous for some. FDA Consumer Magaz. 1996; 30(10): 35.

35. Tfouni SAV, Toledo MCF. Determination of benzoic and sorbic acids in Brazilian food. Food Control.2002; 13:117–23.

36. Silva N, Junqueira VCA, SilveirA NFA. Manual de Métodos de Análise Microbiológica de Alimentos 2ª ed. São Paulo: Varela; 2001.

37. Leitão MFF. Conservadores de alimentos e fatores que afetam sua eficiência no controle de microrganismos. Colet ITAL. 1990; 20 (9):116-27.

38. Sano A, Kurita N, Coelho KIR, Takeo K, Nishimura K, Miyaji M. A comparative study of four different staining methods for estimation of live yeast form cells of Paracoccidioides brasiliensis. Mycopathologia. 1993;124 (3):157-61.

39. Eicher R, Ludwig H. Infl uence of activation and germination on high pressure inactivation of ascospores of the mould Eurotium repens. Comp Bioch Physiol. 2002; 131: 595-04.

40. Splittstoesser DF, Nielsen PV, Churey JJ. Detection of viable ascospores of Neosartorya. J. Food Prot. 1993; 56: 599-03.

41. Splittstoesser DF, Splittstoesser CM. Ascospores of Byssochlamyscompared with those of heat resistant Aspergillus. J Food Sci. 1977; 42(3): 685-8.

42. Salomão BCM. Isolamento, identifi cação e estudo da resistência térmica de fungos filamentosos termorresistentes em produtos de frutas. [dissertação de mestrado]. Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina, 2002. 54pp.

43. Slongo AP. Estudo da influência de diferentes fatores na termorresistência do fungo Neosartorya fischeri em sucos tropicais. [dissertação de mestrado]. Florianópolis, SC: Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. 141pp.

44. Slongo AP, Aragão GMF. Factors affecting the thermal activation of Neosartorya fischeri in pineapple and papaya nectars. Braz J Microbiol. 2006; 37 (3): 312-6.

45. Marcolino VA. Quantificação de leveduras, bolores comuns e termorresistentes em linha de processamento asséptico de bebida de uva [dissertação de mestrado]. Campinas, SC: Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, 2003. 70p.

46. Baglioni F. Estudo da ocorrência de fungos filamentosos termorresistentes em polpa de tomate envasada assepticamente. [dissertação de mestrado]. Campinas, SC: Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, 1998. 65p.

47. Delgado DA. Ação esporicida do peróxido de hidrogênio sobre bolores isolados de laminado para embalagens assépticas. [tese de doutorado]. Campinas, SC: Faculdade de Engenharia de Alimentos, Universidade Estadual de Campinas, 2001. 75p.

48. Nielsen PV. Preservative and temperature effect on growth of three varieties of the heat-resistant mold, Neosartorya fi scheri, as measured by an impedimetric method. J Food Sci. online 2006; 56 (6):1735–40.

49. Nielsen PV, Beuchat LR, Frisvad JC. Growth and fumitremorgin production by Neosartorya fi scheri as affected by food preservatives and organic acids. J Appl Bacteriol.1989; 66(3): 197-07.

50. Beuchat LR.Effectiveness of various food preservatives in controlling the outgrowth of Byssochlamys nivea ascospores. Mycopathologia. 1976; 59(3):175-8.

51. Roland JO, Beuchat LR.Biomass and patulin production by Byssochlamys nivea in apple juice as affected by sorbate, benzoate, SO2 and temperature. J Food Sci. 1984; 49(2): 402-6.

52. Beuchat LR. Combined effects of solutes and food preservatives on rates of inactivation of and colony formation by heated spores and vegetative cells of molds. Appl Environ Microbiol.1981; 41 (2): 472.

53. Rajashekhara E, Suresh ER, Ethira J. Modulation of thermal resistance of ascospores of Neosartorya fi scheri by acidulants and preservatives in mango and grape juice. Food Microb. 2000; 17:269-75.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2009 Ana Maria Queijeiro López, Sheyla Ferreira Lima-Coelho, Luis Fernando Romanholo Ferreira

Downloads

Não há dados estatísticos.