Estudo retrospectivo dos diagnósticos cito-histopatológicos nas atipias de significado indeterminado
PDF

Palavras-chave

ASC
diagnóstico citológico
exame de Papanicolaou
neoplasia intraepitelial cervical
correlação citohistológica

Como Citar

1.
Shirata NK, Ducatti C, Yamamoto LSU, Pereira SMM, Etlinger D, Aguiar LS, Sakai YI, Loreto C di. Estudo retrospectivo dos diagnósticos cito-histopatológicos nas atipias de significado indeterminado. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de janeiro de 2009 [citado 3º de julho de 2024];68(1):133-8. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32753

Resumo

No presente estudo foi avaliada a história de realização dos exames citológicos (EC) prévios e posteriores com diagnóstico citológico de células escamosas atípicas (ASC) e sua correlação com os resultados de exames de biópsias. Para tanto, foi realizado o estudo retrospectivo, de 60 casos de EC cérvico-vaginais com diagnóstico de ASC e biópsias correlatas, os exames prévios e posteriores de ASC e a periodicidade de exames realizados. Das 60 análises selecionadas, 57 apresentaram diagnóstico citológico anterior de ASC-US (possivelmente não neoplásico), 30 (52,6%) foram negativos no exame de biópsia, 16 (28,1%) de NIC 1, 11 (19,3%) com diagnósticos discrepantes acima de 2 graus; 3 (100%) casos de ASC-H(não se pode afastar lesão de alto grau) foram NIC 1 na biópsia. Dentre os 60 casos, 44 (73,3%) que tiveram exames anteriores, 14 (23,3%) eram positivos; 53 (88,3%) que fizeram EC posteriores à biópsia, 10 (16,7%) eram positivos. Quanto à periodicidade dos exames, 26 (43,3%) realizaram o exame com intervalo de até 1 ano, 29 (48,3%) de 1 a 3 anos, 1 (1,7%) em intervalo maior que 3 anos. De acordo com os achados observados neste estudo, os diagnósticos citológicos de ASC, quando comparado com os exames da biópsia, estavam mais frequentemente associados às alterações morfológicas reacionais. Estes dados mostram o valioso papel da correlação cito-histológica, uma vez que a execução apenas do seguimento citológico pode ser insuficiente para obter o diagnóstico morfológico. É salientada, ainda, a necessidade de efetuar o exame de acompanhamento de seis em seis meses, para realizar o controle evolutivo dessas atipias, bem como para auxiliar na conduta terapêutica das pacientes.
https://doi.org/10.53393/rial.2009.68.32753
PDF

Referências

1. Instituto Nacional do Câncer/Ministério da Saúde. http://www.inca.gov.br/estimativa/2008/versao fi nal.pdf. Acesso em 26/03/2009.

2. Guerra MR, Gallo CVM, Azevedo G, Mendonça S. Risco de câncer no Brasil: tendências e estudos epidemiológicos mais recentes. Rev Bras Cancerol 2005; 51(3): 227-34.

3. Mendonça VG, Lorenzato FRB, Mendonça JG, Menezes TC, Guimarães MJB. Mortalidade por câncer do colo do útero: características sócio-demográfi cas das mulheres residentes na cidade de Recife, Pernambuco. Rev Bras Ginecol Obstet 2008; 30(5): 248-55.

4. Rama CH, Roteli-Martins CM, Derchain SFM, Longatto-Filho A, Gontijo RC, Sarian LOZ et al. Prevalência do HPV em mulheres rastreadas para o câncer cervical. Rev Saúde Pública 2008; 42(1): 123-30.

5. Ministério da Saúde. (Brasília, DF). Prevenção do câncer do colo uterino, manual técnico para profissionais de saúde: manual técnico. Ministério da Saúde (Brasília); 2002. 8-14. Manual técnico.

6. Fundação Oncocentro de São Paulo. (São Paulo, SP). Condutas clínicas frente aos resultados do exame de Papanicolaou: catálogo. Fundação Oncocentro de São Paulo (São Paulo); 2006. 14-15. Catálogo de distribuição gratuita.

7. Rama CH, Roteli-Martins CM, Derchain SFM, Longatto-Filho A, Gontijo RC, Sarian LOZ et al. Rastreamento anterior para câncer de colo uterino em mulheres com alterações citológicas ou histológicas. Rev Saúde Pública 2008; 42(3): 411-9.

8. Amaral RG, Ribeiro AA, Miranda FA, Tavares SBN, Souza NLA, Manrique EJC et al. Fatores que podem comprometer a qualidade dos exames citopatológicos no rastreamento do câncer do colo do útero. RBAC 2006; 38(1): 3-6.

9. Thuler LCS. Mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil. Rev Bras Ginecol Obstet 2008; 30(5): 216-18.

10. Arcuri RA, Cunha KCF, Alves EC, Castro AA, Maciel RA, Rosmanino AC et al. Controle interno da qualidade em citopatologia ginecológica: um estudo de 48.355 casos. J Bras Patol Med Lab 2002; 38(2): 141-7.

11. Junior JE, Cavalcante DIM, Dias MTMP, Alves RM, Queiroz GC, Proença AR. Atipias de Células Escamosas de Signifi cado Indeterminado (ASCUS) – estudo de 208 casos. RBGO 2000; 22(3): 135-9.

12. Souza JHAS, Kalil IV, Leite JM, Geber S. Avaliação de lâminas de colpocitologia oncótica previamente diagnosticadas como ASCUS: comparação interensaio e interobservadores. RBGO 2004; 26(3): 233-40.

13. Silveira LMS, Mendes JC, Pereira IP. NewsLab2007; 82: 170-82.

14. Cox JT, Lorincz AT, Schiffman MH, Sherman ME,Cullen A, Kurman RJ. Human papillomavirus testing by hybrid capture appears to be useful in triaging women with a cytologic diagnosis of atypical squamous cells of undetermined signifi cance. Am J Obstet Gynecol 1995; 172: 946-54.

15. Slawson DC, Bennett JH, Herman JM. Follow-up Papanicolaou smear for cervical atypia: are we missing signifi cant disease? J Fam Pract 1993; 36: 289-93.

16. Sebastião APM, Noronha L, Scheffel DLH, Garcia MJ, Carvalho NS, Collaço LM, Bleggi-Torres LF. Estudo das atipias indeterminadas em relação à prevalência e ao percentual de discordância nos casos do Programa de Prevenção do Câncer Uterino do Paraná. Bras Patol Med Lab 2004; 40(6): 431-8.

17. Di Loreto C, Maeda MYS, Utagawa ML, Longatto Filho A, Alves VAF. Garantia de qualidade em citopatologia: aspectos da correlação cito-histológica. Rev Ass Med Brasil 1997; 43(3):195-8.

18. Joste NE, Crum CP, Cibas ES. Cytology/histologic correlation for quality control in cervico-vaginal: cytology experience with 1.582 paired cases. Am J Pathol 1995; 103:32-4.

19. Strander B, Andersson-Ellstro A, Milsom I, Radberg T, Ryd W. Liquid-based cytology versus conventional Papanicolaou smear in an organized screening program. Cancer Cytopathol 2007;111(5): 285-91.

20. Wong AK, Chan RCK, Nichols WS, Bose S. Human Papillomavirus (HPV) in atypical squamous cervical cytology: the invader HPV Test as a new screening assay. J Clin Microbiol 2008; 46(3) 869-75.

21. Pereira SMM, Yamamoto LSU, Aguiar LS, Makabe S, Marques JÁ, Maeda MYS, Santoto CL, Utagawa ML, Longatto Filho A. O impacto do diagnóstico citológico de atipias indeterminadas no Sistema Ùnico de Saúde. DST – J Bras. Doenças Sex Transm 2005; 17(4):251-4.

22. Instituto Nacional do Câncer/Ministério da Saúde. Nomenclatura brasileira para laudos cervicais e condutas preconizadas: recomen-dações para profi ssionais de saúde. J Bras Patol Med Lab 2006; 42(5): 351-73.

23. Scully RE, Bonfi glio TA, Kurman RJ, Silverberg SG, Wilkins EJ. Histological typing of female genital tract tumors. Word Health Organization International Histological Classifi cation of Tumors. 2th ed. Berlin: Springler-Verlag;1994.

24. Corte LMDC, Gonsalves JC, Silva CS, Dutra MF, Rocha DB, Urtizg CB et al.Análise da concordância interobservadores em exames de Papanicolaou. News Lab 2007; 80: 98-106.

25. Lapin GA, Derchain SFM, Tambascia J. Comparação entre a colpo-citologia oncológica de encaminhamento e a da gravidade das lesões cervicais intra-epiteliais. Rev Saúde Pública 2000; 34(2): 120-5.

26. Nanda K, Mccrory DC, Myers ER, Bastian LA, Hasselblad V, Hickey JD, Matchar DB. Accuracy of the Papanicolaou Test in screening for and follow-up of cervical cytologic abnormalities: a systematic review. Ann Int Med 2000; 132(10): 810-9.

27. Pinho AA, Mattos MCFI. Validade da citologia cérvico-vaginal na detecção de lesões pré-neoplásicas e neoplásicas de colo de útero. J Bras de Patol e Med Lab 2002; 38(3): 225-31.

28. Santos ALF, Derchain SFM, Calvert EB, Martins MR, Dufl oth RM, Martinez EZ. Desempenho do exame colpocitológico com revisão por diferentes observadores e da captura híbrida II no diagnóstico da neoplasia intra-epitelial cervical graus 2 e 3. Cad Saúde Pública 2003; 19(4): 1029-37.

29. Martins LFL, Thuler LCS, Valente JG. Cobertura do exame de Papani-colaou no Brasil e seus fatores determinantes: uma revisão sistemática da literatura – Rev Bras Ginecol Obstet 2005:27(8):485-92.

30. Duarte-Franco E, Franco EL. Cancer of the uterine cervix. BMC Women’s Health.2004:4(Suppl 1):S13.

31. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Nomenclatura Brasileira para laudos cervicais e condutas preconicadas: recomendações para profi ssionais de saúde. Rev Bras Ginecol 2006:28(8):486-504.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2009 Neuza Kasumi Shirata, Carla Ducatti, Luzia Setuko Umeda Yamamoto, Sonia Maria Miranda Pereira, Daniela Etlinger, Luciana Silva Aguiar, Yuriko Ito Sakai, Celso di Loreto

Downloads

Não há dados estatísticos.