Aspectos sanitários da comercialização de pescado em feiras livres da cidade de São Paulo, SP/Brasil
PDF

Palavras-chave

peixe
feiras livres
Vibrio cholerae
Escherichia coli
DTA
saúde pública

Como Citar

1.
Silva ML da, Matté GR, Matté MH. Aspectos sanitários da comercialização de pescado em feiras livres da cidade de São Paulo, SP/Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 1º de agosto de 2008 [citado 5º de maio de 2024];67(3):208-14. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32767

Resumo

O comércio de peixe e produtos derivados tem crescido substancialmente nas últimas décadas. Contudo, os procedimentos de preparo, de manipulação e de conservação, realizados sem precauções sanitárias, os tornam potencial risco ao consumidor, principalmente aos apreciadores de pratos à base de peixe cru. Foram avaliadas as práticas higiênico-sanitárias cotidianas realizadas pelos feirantes e a qualidade microbiológica de peixes comercializados em feiras livres. Vinte amostras de peixe foram avaliadas por meio de análises microbiológicas e os dados obtidos foram comparados aos aspectos higiênico-sanitários das respectivas feiras-livres. Para avaliação dos aspectos sanitários foi utilizado o roteiro baseado em legislação específica, enquanto que as análises microbiológicas foram feitas de acordo com as normas estabelecidas pela ANVISA. Das 20 amostras de pescado, nove (45,0%) foram consideradas impróprias para o consumo de peixe cru em função dos níveis de coliformes termotolerantes e/ou da presença de Escherichia coli e Vibrio cholerae não-O1/não-O139. Os resultados sugerem que manipulação e higiene inadequadas, observadas em feiras livres, podem facilitar a transmissão de agentes patogênicos aos consumidores.
https://doi.org/10.53393/rial.2008.67.32767
PDF

Referências

1. Diaz JH. Is fish consumption safe? J La State Med Soc.2004; 156(1): 42–9.

2. Valdimarsson G. An FAO perspective. In: Ryder, J.; Ababouch, L.(eds.) Fifth World Fish Inspection and Quality Control Congress. The Hague, Netherlands, 20–22 October 2003. FAO Fisheries Proceedings.Nº. 1. Rome, FAO. 2005. 162p.

3. [FAO] Food and Agriculture Organization of the United Nations. The State of World Fisheries and Aquaculture 2006. [documento on line] Rome; 2007 [acesso em 27 março 2007]. Disponível em: ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/009/a0699e/a0699e.pdf.

4. [FAOSTAT]: FAO Fisheries and Aquaculture Department. Year booksof Fishery Statistics: summary tables [documento on line] 2005. [acessoem 20 setembro 2005]. Disponível em: ftp://ftp.fao.org/fi/stat/summary/summ_05/default.htm.

5. Sehgal HS, Sehgal GK. Aquacultural and socio-economic aspects of processing carps into some value-added products. Bioresour Technol.2002; 82(3): 291-3.

6. Croci L, Suffredini E. [Microbiological risk associated with seafoodconsumption]. Ann Ist Super Sanita. 2003;39(1): 35-45.

7. Hamada-Sato N, Usui K, Kobayashi T, Imada C, Watanabe E. Qualityassurance of raw fish based on HACCP concept. FoodControl. 2005;16:301-7.

8. Hawkes C. Uneven dietary development: linking the policies andprocesses of globalization with the nutrition transition, obesity anddiet-related chronic diseases. Global Health.2006; 2(4): 1-18.

9. Holub DJ, Holub BJ. Omega-3 fatty acids from fish oils andcardiovascular disease. Mol Cell Biochem.2004; 263(1-2): 217-25.

10. Bautista MC, Engler MM. The Mediterranean diet: is itcardioprotective? Prog Cardiovasc Nurs.2005; 20(2): 70-6.

11. Franco BDGM, Landgraf M. Microbiologia dos alimentos. São Paulo: Editora Atheneu; 2002. Fatores intrínsecos e extrínsecos que controlamo desenvolvimento microbiano nos alimentos; p. 13-26.

12. Buzby JC, Roberts T, Lin CTJ, MacDonald JM. Bacterial Foodborne Disease: medical costs and productivity losses. Washington (DC);United States Department of agriculture. Food and Consumer Economics Division, Economic Research Service. 1996. Agricultural Economics Report Nº. 741. Washington, DC.1996. 100p.

13. Mead PS, Slutsker L, Dietz V, McCaig LF, Bresee JS, Shapiro C, et al.Food-related illness and death in the United States. Emerg Infect Dis.1999;5(5): 607-25.

14. Wheeler JG, Sethi D, Cowden JM, Wall PG, Rodrigues LC, Tompkins DS, et al. Study of infectious intestinal disease in England: rates in thecommunity, presenting to general practice, and reported to nationalsurveillance. The Infectious Intestinal Disease Study Executive. BMJ. 1999;318:1046-50.

1 5 . Hall G, Kirk MD, Becker N, Gregory JE, Unicomb L, Millard G, et al.OZFOODNET WORKING GROUP. Estimating food bornegastroenteritis, Australia. Emerg Infect Dis.2005;11(8):1257-64.

16. O’Ryan M, Prado V, Pickering LK. A millennium update on pediatricdiarrheal illness in the developing world. Semin Pediatr Infect Dis.2005;16(2):125-36.

17. Carmo GMI, Oliveira AA, Dimech CP, dos Santos DA, de Almeida MG, Berto LH, et al. Vigilância epidemiológica das doenças transmitidas por alimentos no BRASIL, 1999 - 2004. Bol Eletr Epidemiol.2005;5(6):1-7.

18. Germano PML, Miguel M, Miguel O, Germano MIS. Prevenção econtrole das toxinfecções de origem alimentar. Higaliment. 1993;7(27):6-11.

19. Huss HH, Reilly A, Embarek PKB. Prevention and control of hazardsin seafood. Food Control. 2000; 11(2):149-56.

2 0 . Mascarenhas G. Feiras livres: Informalidade e espaços de sociabilidade.In: Colóquio Internacional 2005: comércio, culturas e políticas pblicasem tempos de globalização; 2005 nov 22-25; Rio de Janeiro, (BR). Rio de Janeiro. [documento on line] 2005. Disponível em <http://www.ess.ufrj.br/site_coloquio/mesa2_05.pdf> [2007 fev 26].

21. Prefeitura do Município de São Paulo [homepage na internet]. São Paulo: Secretaria Municipal de Subprefeituras, Supervisão de Abastecimento - Relaão das feiras livres de São Paulo; 2006 [atualizadoem 13 setembro 2006; acesso em 13 setembro 2006]. Disponível emhttp://portal.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/abastecimento/organizacao/estrutura/0021.

22. São Paulo (Município). Decreto 45.674 de 29 de dezembro de 2004. Dispe sobre o funcionamento das feiras livres no município de São Paulo e consolida as normas pertinentes ao assunto. D.O.M., SãoPaulo, 30 de dezembro de 2004.

2 3 . Silva N, Junqueira VCA, Silveira NFA. Manual de métodos de análise microbiológica de alimentos. 2ª ed. São Paulo (SP): Varela; 2001. p.259-67.

2 4 . Brasil. Resolução nº12, de 02 jan 2001 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde. Regulamento Técnico Sobre PadrõesMicrobiológicos para Alimentos. Diário Oficial da União, Brasília, 10jan 2001.

25. São Paulo (Municpio). Lei 10.315 de 30 de abril de 1987. Dispõe sobre a limpeza pública do Município de São Paulo, e da outras providências. D.O.M., São Paulo, 30 de abril de 1987.

26. Audi SG. Avaliação das condições higiênico-sanitárias das feiras-livres do município de São Paulo – SP. São Paulo (SP); 2002. [Dissertação de Mestrado - Faculdade de Saúde Pública da USP].

27. São Paulo (Município). Decreto 25.545 de 14 de março de 1988. Dispõe sobre o funcionamento das feiras livres no município de São Paulo e d outras providências. D.O.M., So Paulo, 15 de março de 1988p. 23 a 25.

28. São Paulo (Município). Lei 12.605 de 06 de maio de 1998. Dispõesobre a instalação de cabinas sanitrias públicas removíveis, nas feiras de alimentação e d outras providências. D.O.M., São Paulo, 07 demaio de 1998 p. 1.

29. Vieira RHSF, Souza OV, Patel TR. Bacteriological quality of ice used in Mucuripe market, Fortaleza, Brazil. Food Control.1997;8:83–5.

30. Falcão JP, Dias AMG, Corrêa EF, Falcão DP. Microbiological quality of ice used to refrigerate foods. Food Microbiol. 2002;19:269–76.

31. Capistrano DL, Germano PML, Germano MIS. Feiras livres do município de São Paulo sob o ponto de vista legislativo e sanitário. Hig aliment. 2004;18(116-117): 37-42.

32. Cato, JC. Economic values associated with seafood safety andimplementation of seafood Hazard Analysis Critical Control Point(HACCP) programmes. FAO Fisheries Technical Paper 1998; n 381.Rome, FAO.1998.70p.

33. Dalton CB, Gregory J, Kirk MD, Stafford RJ, Givney R, Kraa E, et al. Foodborne disease outbreaks in Australia, 1995 to 2000. Commun DisIntell. 2004; 28: 211-24.

34. Adak GK, Meakins SM, Yip H, Lopman BA, O’Brien SJ. Disease risksfrom foods, England and Wales, 1996-2000. Emerg Infect Dis.2005;11(3): 365-72.

35. Soares CM, Germano PML. Análise da qualidade microbiológica desashimis, comercializados em shopping centers da cidade de São Paulo,Brasil. Hig aliment. 2004;18(116/117): 88-92.

36. Mársico ET, Oliveira CM, Ferreira PV, Antunes L, Sobreiro LG.Avaliação da qualidade de sushis e sashimis comercializados emshoppingcenters. Hig aliment. 2006;20(147):63-5.

37. Germano PML, Oliveira JCF, Germano MIS. O pescado como causa detoxinfecções bacterianas. Hig aliment. 1993;7(28):40-5.

38. Choi SM, Lee DG, Kim MS, Park YH, Kim YJ, Lee S, et al. Bacteremiccellulitis caused by non-O1, non-O139 Vibrio cholerae in a patientfollowing hematopoietic stem cell transplantation. Bone Marrow Transplant. 2003;31(12):1181-2.

39. Albuquerque WF, Evangelista-Barreto NS, Silva AIM, Vieira RHSF.Ocorrência de Vibrio Parahaemolyticus e Estafilococos coagulase positiva, em sushis comercializados em alguns estabelecimentos de Fortaleza-CE. Hig aliment. 2006; 20(146): 58-61.

40. Muratori MCS, Costa APR, Viana CM, Rodrigues PC, de Podest Jr. RL.Qualidade sanitária de pescado “in natura. Hig aliment. 2004;18(116-117): 50-4.

41. São Paulo (Município). Decreto 48.172 de 06 de março de 2007. Dispõe sobre o funcionamento das feiras livres no município de São Paulo. D.O.M., São Paulo, 06 de março de 2007.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2008 Miriam Lopes da Silva, Glavur Rogério Matté, Maria Helena Matté

Downloads

Não há dados estatísticos.