Resumo
No Brasil, 90% dos pacientes renais crônicos dependem dos procedimentos de hemodiálise para remover produtos de degradação metabólica, excesso de água e de sais minerais do organismo, e para restaurar o equilíbrio ácido-base e eletrolítico. A água é o principal componente do tratamento por diálise e suas qualidades química e microbiológica são essenciais para evitar riscos adicionais ao paciente. As soluções para diálise e os equipamentos proporcionam ambientes adequados ao desenvolvimento microbiano, especialmente bactérias Gram-negativas. Além de bacteremias, os microrganismos Gram-negativos podem estar relacionados à ocorrência de reações pirogênicas. Este estudo teve por objetivo verificar a ocorrência de bactérias Gram-negativas não fermentadoras de glicose em 97 amostras de água tratada para diálise e 27 amostras de dialisatos, avaliadas entre junho de 2005 e dezembro de 2006. As bactérias Gram-negativas não fermentadoras de glicose foram detectadas em 29,6% das amostras de dialisatos e em 49,5% das amostras de água tratada. Nove espécies foram isoladas e identificadas, sendo a mais freqüente o complexo Burkholderia cepacia (59,0%), seguido de Stenotrophomonas maltophilia (13,1%).
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