Detecção de bactérias Gram-negativas não fermentadoras em água tratada para diálise

Autores

  • Adriana Bugno Instituto Adolfo Lutz, Centro de Medicamentos, Cosméticos e Saneantes, Núcleo de Ensaios Biológicos e de Segurança, São Paulo, SP
  • Adriana Aparecida Buzzo Almódovar Instituto Adolfo Lutz, Centro de Medicamentos, Cosméticos e Saneantes, São Paulo, SP
  • Tatiana Caldas Pereira
  • Mariângela Tirico Auricchio Instituto Adolfo Lutz, Divisão de Bromatologia e Química, Serviço de Medicamentos, São Paulo, SP

Palavras-chave:

água para diálise, dialisato, bactérias Gram-negativas, bactérias não fermentadoras

Resumo

No Brasil, 90% dos pacientes renais crônicos dependem dos procedimentos de hemodiálise para remover produtos de degradação metabólica, excesso de água e de sais minerais do organismo, e para restaurar o equilíbrio ácido-base e eletrolítico. A água é o principal componente do tratamento por diálise e suas qualidades química e microbiológica são essenciais para evitar riscos adicionais ao paciente. As soluções para diálise e os equipamentos proporcionam ambientes adequados ao desenvolvimento microbiano, especialmente bactérias Gram-negativas. Além de bacteremias, os microrganismos Gram-negativos podem estar relacionados à ocorrência de reações pirogênicas. Este estudo teve por objetivo verificar a ocorrência de bactérias Gram-negativas não fermentadoras de glicose em 97 amostras de água tratada para diálise e 27 amostras de dialisatos, avaliadas entre junho de 2005 e dezembro de 2006. As bactérias Gram-negativas não fermentadoras de glicose foram detectadas em 29,6% das amostras de dialisatos e em 49,5% das amostras de água tratada. Nove espécies foram isoladas e identificadas, sendo a mais freqüente o complexo Burkholderia cepacia (59,0%), seguido de Stenotrophomonas maltophilia (13,1%).

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Publicado

2007-04-01

Como Citar

Bugno, A., Almódovar, A. A. B., Pereira, T. C., & Auricchio, M. T. (2007). Detecção de bactérias Gram-negativas não fermentadoras em água tratada para diálise. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 66(2), 172–175. Recuperado de https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32828

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