Biorrepositórios e Biobancos: inovação estratégica em saúde pública
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Palavras-chave

bancos de tecidos
vigilância epidemiológica
doenças transmissíveis
biologia molecular

Como Citar

1.
Guerra JM, Shirata NK, Kimura LM, Nonogaki S. Biorrepositórios e Biobancos: inovação estratégica em saúde pública. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 25º de abril de 2013 [citado 4º de dezembro de 2024];72(4):261-7. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/32927

Resumo

Os avanços tecnológicos das últimas décadas catalisaram transformações sociais e econômicas, que influenciaram decisivamente nos padrões da morbimortalidade populacional. No Brasil, a heterogeneidade deste padrão é muito visível e complexa, em função de sua grande extensão territorial, do significativo número de habitantes e das diferenças socioeconômicas e culturais. Com o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população brasileira, observa-se o aparecimento cada vez mais frequente de doenças crônicas não transmissíveis. As mudanças climáticas e as condições higiênico-sanitárias, ainda deficientes em algumas regiões, podem propiciar o recrudescimento das doenças infectocontagiosas. Em face dessas transformações, faz-se necessário que o sistema de vigilância epidemiológica seja reestruturado para adequar aos novos cenários epidemiológicos, identificar novos riscos, prever e conter a expansão de áreas com riscos preexistentes de disseminação, propagação e redução das doenças. Um dos pontos cruciais desta reestruturação é o armazenamento correto e adequado das amostras biológicas, por meio da criação de biorrepositórios e biobancos, que possibilitará a aplicação de novas tecnologias para detecção, investigação e respostas as situações de surtos, epidemias e pandemias, com benefícios à pesquisa e assistência na área de saúde. Esta revisão demonstra a importância dos biobancos e biorrepositórios em Saúde Pública.

https://doi.org/10.18241/0073-98552013721573
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