O controle do infuso do café pela densimetria
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Como Citar

1.
Menezes Júnior JBF de. O controle do infuso do café pela densimetria. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de janeiro de 1955 [citado 3º de julho de 2024];15(1-2):135-54. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33283

Resumo

O autor apresenta o método para "Controle do infuso de café pela densimetria" com interesse de contribuir para a eliminação da fraude que perdura no comércio do café-bebida, pelo fato de não se ter conhecimento, até agora, de uma técnica analítica, que preenchesse todas as formalidades para ser posta em prática. Descreve as observações e estudos feitos, de longa data, no café em pó, de vários tipos e qualidades e seus respectivos infusos. Faz numerosos testes em infusos obtidos pelo sistema de coador e baseados na exigência regulamentar que manda preparar o café bebida na proporção de 1 quilo de pó para 5 litros de água fervente. Depois de experimentar vários tipos de areômetros e comparar seus resultados com os da balança de Mohr e do picnômetro, optou pelo mais indicado na realização da prova da densidade, a qual deverá ser praticada no mesmo local onde o infuso é exposto à venda. Trata-se de um densímetro de peso constante, para líquidos mais densos que a água, construído de forma a poder indicar as densidades comum ente encontradas no café-bebida. Seu ponto de afloramento corresponde à densidade da água destilada à 20°C e está localizado na parte superior da haste onde está marcado 1.000. Há 60 divisões, com intervalos iguais, subdivididas, de dez em dez, por traços maiores com os números correspondentes. Seu comprimento não ultrapassa treze centímetros e sendo de pequenas dimensões exige, para as determinações, pequenas quantidades de infuso. A técnica para tomada de densidade do infuso e coleta da amostra é a seguinte: colher 250 ml de infuso, esfriar em balão de 500 ml em água corrente, passar para um cilindro de vidro de 14 em de altura por 4 cm de diâmetro; tomar a densidade e a temperatura do líquido, que não deve ser superior a 25°C. Consultar a tabela de correção de temperatura e de densidade do infuso para fazer referência a 20°C. Se a densidade a 20°C for inferior a 1,018, o infuso estará em desacordo com as exigências legais e deverá ser colhido e enviado ao Laboratório Oficial para exame fiscal, em quantidade suficiente para ser subdividida em 3 amostras iguais, de acordo com o regulamento aprovado pelo decreto-lei n. 15.642, de 9-2-46, o que possibilitará, se necessário, o exame de contraprova, como um direito de defesa que assiste ao infrator. Quanto a coleta do infuso é feita com assepsia, em vidros esmerilhados e esterilizados, a amostra se conserva perfeita, para a prova de densidade, por mais de 30 dias em temperatura ambiente e, por tempo muito maior, se mantida em geladeira. Com a aplicação do método densimétrico, no reconhecimento da fraude existente no infuso do café, estará o Inspetor em condições de fazer, diariamente, e em curto espaço de tempo, a fiscalização de inúmeros estabelecimentos do ramo e se pôr ao par do número de faltosos, cujo produto depois de colhido e analisado oficialmente, dará oportunidade às Repartições Fiscalizadoras, mediante o laudo condenatório, de atuarem, de modo intransigente, com o fim, de moralizar o comércio do café-bebida, extinguindo uma fraude que permaneceu até o momento, por falta de um recurso, como este, para ser posto em prática.

https://doi.org/10.53393/rial.1955.15.33283
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Referências

1 GODOY, J. M. e F. P. OLIVEIRA- 1933 - Contribuição para o estudo do café torrado. São Paulo, Rev. Inst. do Café. J AN.

2. Instituto Adolfo Lutz - 195.2 - Métodos de análises bromatológicas: Análises químicas. São Paulo, Rev. Tribunais, 1951.

3. MENEZES Jr., J. B. F. e B. A. A. BICUDO- 1950 - Sôbre um método microscópico para contagem de cascas no café em pó. São Paulo, Superintendência dos Serviços do Café, 31 p.

4. MENEZES Jr., J. B. F. e B. A. A. BICUDO- 1951 - Sôbre um método microscópico para contagem de cascas no café em pó. Rev. Inst. Adolfo 11 :13-47.

5. MENEZES Jr., J. B. F. - 1952 - Fraudes do café. Rev. Inst. Adolfo Lutz 12: 111-114.

6. UKERS, W. H. - 1935 - All about coffee. 2 ed. New York, The Tea & Coffee Trade J ournal.

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Copyright (c) 1955 J. B. Ferraz de Menezes Júnior

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