Caracterização microbiológica e físico-química de leite cru e queijo colonial da região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil
PDF (English)

Palavras-chave

condições sanitárias
microbiota
qualidade

Como Citar

1.
Funck GD, Hermanns G, Vicenzi R, Schmidt JT, Richards NSP dos S, Silva WP da, Fiorentini Ângela M. Caracterização microbiológica e físico-química de leite cru e queijo colonial da região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 5º de maio de 2016 [citado 22º de dezembro de 2024];74(3):247-5. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33478

Resumo

Este estudo avaliou as características microbiológicas e físico-químicas de leite cru e queijo colonial da região Fronteira Noroeste do Rio Grande do Sul, Brasil. Para isto, foram feitas coletas de amostras em janeiro e julho. Análises microbiológicas (bactérias aeróbias mesófilas, coliformes totais e termotolerantes, Staphylococcus coagulase positiva, Salmonella spp. e Listeria monocytogenes, bactérias ácido lácticas) e físico-químicas (pH, acidez, sólidos totais, proteína, lipídeos, Aa, umidade, NaCl) foram realizadas. As amostras de leite e de queijo indicaram baixa qualidade microbiológica, pois houve detecção de altos níveis de bactérias mesófilas, coliformes totais e termotolerantes e Staphylococcus coagulase positiva. Altas contagens de bactérias ácido láticas foram observadas. Entretanto, não foi detectada a presença de Salmonella spp. e Listeria monocytogenes. O desvio padrão acima de um (1,0) nos conteúdos de lipídeos, proteínas, umidade e sal indicou que não houve seguimento do procedimento padrão estabelecido na produção local de queijos. O período de coleta de amostras resultou em diferenças nas análises de microbiota, sólidos totais do leite e dos queijos, o teor de umidade, Aa e sal. O período de maturação não causou significativa influência sobre as contagens microbianas, mas promoveu aumento no conteúdo de proteína e diminuição na Aa dos queijos coletados em julho.

https://doi.org/10.53393/rial.2015.v74.33478
PDF (English)

Referências

1. Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Governo do RS - EMATER/RS. Informações Agropecuárias. 2015. Available from: [http://www.emater.tche.br/site/servicos/informacoes-agropecuarias.php#.VaRLSPlViko].

2. Brasil. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Portaria no 146 de 07 de março de 1996. Dispõe sobre o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Produtos Lácteos. Diário Oficial [da] União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 1996. Seção 1, nº 48, p. 3977.

3. Brasil. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa no 30 de 07 de agosto de 2013. Dispõe sobre produção artesanal de queijos brasileiros. Diário Oficial [da] União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2013. Seção 1, nº 152, p. 19.

4. Delamare APL, Andrade CCP, Mandelli F, Almeida RC, Echeverrigaray S. Microbiological, Physico-Chemical and Sensorial Characteristics of Serrano, an Artisanal Brazilian Cheese. Food Nutr Sci. 2012;3:1068–75. [DOI: 10.4236/fns.2012.38142]

5. Nero LA, Mattos MR, Barros MAF, Ortolani MBT, Beloti V, Franco BDGM. Listeria monocytogenes and Salmonella spp. in raw milk produced in Brazil: Occurrence and interference of indigenous microbiota in their isolation and development. Zoonoses Public Health.2008;55(6):299–305. [DOI: 10.1111/j.1863-2378.2008.01130.x]

6. Catão RMR, Ceballos BSO. Listeria spp., Coliformes totais e fecais e E. coli no leite cru e pasteurizado de um aindústria de laticínios, no estado da Paraíba (Brasil). Ciênc Tecnol Aliment. 2001;21(3):281–7. [DOI: 10.1590/S0101-20612001000300006].

7. Santana RF, Santos DM, Martinez ACC, Lima AS. Qualidade microbiológica de queijo-coalho comercializado em Aracaju, SE. Arq Bras Med Vet e Zootec.2008;60(6):1517–22.

8. Loguercio AP, Aleixo JAG. Microbiologia de queijo tipo Minas Frescal produzido artesanalmente. Ciênc Rural.2001;31(6):1063–7. [DOI: 10.1590/S0103-84782001000600024].

9. Salotti BM, Amaral LA, Cortez AL. Qualidade Microbiológica Do Queijo Minas Frescal Comercializado. Arq Inst Biol.2006;73(2):171–5.

10. Nespolo CR, Brandelli A. Production of bacteriocin-like substances by lactic acid bacteria isolated from regional ovine cheese. Brazilian J Microbiol.2010;41(4):1009–18. [DOI: 10.1590/S1517-838220100004000020].

11. Deegan LH, Cotter PD, Hill C, Ross P. Bacteriocins: Biological tools for bio-preservation and shelf-life extension. Int Dairy J.2006;16(9):1058–71. [DOI: 10.1016/j.idairyj.2005.10.026].

12. Ahmadova A, Todorov SD, Choiset Y, Rabesona H, Mirhadi Zadi T, Kuliyev A, et al. Evaluation of antimicrobial activity, probiotic properties and safety of wild strain Enterococcus faecium AQ71 isolated from Azerbaijani Motal cheese. Food Control.2013;30(2):631–41. [DOI: 10.1016/j.foodcont.2012.08.009].

13. Biscola V, Todorov SD, Capuano VSC, Abriouel H, Gálvez A, Franco BDGM. Isolation and characterization of a nisin-like bacteriocin produced by a Lactococcus lactis strain isolated from charqui, a Brazilian fermented, salted and dried meat product. Meat Sci.2013;93(3):607–13. [DOI: 10.1016/j.meatsci.2012.11.021].

14. Bello B, Cocolin L, Zeppa G, Field D, Cotter PD, Hill C. Technological characterization of bacteriocin producing Lactococcus lactis strains employed to control Listeria monocytogenes in Cottage cheese. Int J Food Microbiol.2012;153(1-2):58–65. [DOI: 10.1016/j.ijfoodmicro.2011.10.016].

15. Liu SN, Han Y, Zhou ZJ. Lactic acid bacteria in traditional fermented Chinese foods. Food Res Int.2011;44(3):643–51. [DOI: 10.1016/j.foodres.2010.12.034].

16. Ortolani MBT, Yamazi AK, Moraes PM, Viçosa GN, Nero LA. Microbiological quality and safety of raw milk and soft cheese and detection of autochthonous lactic acid bacteria with antagonistic activity against Listeria monocytogenes, Salmonella spp., and Staphylococcus aureus. Foodborne Pathog Dis. 2010;7(2):175–80. [DOI: 10.1089/fpd.2009.0390].

17. Moraes PM, Perin LM, Todorov SD, Silva A, Franco BDGM, Nero LA. Bacteriocinogenic and virulence potential of Enterococcus isolates obtained from raw milk and cheese. J Appl Microbiol. 2012;113(2):318–28. [DOI: 10.1111/j.1365-2672.2012.05341.x].

18. Moraes PM, Perin LM, Tassinari Ortolani MB, Yamazi AK, Viçosa GN, Nero LA. Protocols for the isolation and detection of lactic acid bacteria with bacteriocinogenic potential. LWT - Food Sci Technol. 2010;43(9):1320-4. [DOI: 10.1016/j.lwt.2010.05.005].

19. Fox PF, Cogan TM. Factors that affect the quality of cheese. Cheese Chem Phys Microbiol.2004;1:583-608. [DOI: 10.1016/S1874-558X(04)80084-8].

20. Nunes KS, Mello RC. Um estudo de caso sobre a Indicação Geográfica como estratégia para a comercialização do queijo Minas artesanal do Serro. Rev Eletr Admin Ciênc Contábeis.2013;2(1):1-20.

21. Silva FCA, Saboia LAB. A valorização de produtos através da Indicação Geográfica. 2013. [access 2015/07/03]. Available from: [ http://unifornoticias.unifor.br/index.php?option=com_content&view=article&id=594&Itemid=31].

22. Dias JC. Uma longa e deliciosa viagem: o primeiro livro da história do queijo no Brasil. São Paulo: Barleus, 2010. 161 p.

23. Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Ministério da Cultura. Serviço Público Federal. Certidão do Registro do modo artesanal de fazer queijo de Minas, nas Regiões do Serro e nas Serras da Canastra e do Salitre. Data do Registro: 13 jun. 2008. Brasília: Departamento do Patrimônio Imaterial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, 2008. 2 p.

24. American Public Health Association - APHA. Compendium of methods for the microbiological examination of foods. 4 th, Washington: APHA Press; 2001.

25. Association of Official Analytical Chemists - AOAC. Official methods of analysis. 17 th, Washington, DC: AOAC; 2000.

26. Brasil. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução normativa no 62, de 29 de dezembro de 2011. Dispõe sobre os Regulamentos Técnicos de Produção, Identidade, Qualidade, Coleta e Transporte de Leite. Diário Oficial [da] União da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 29 dez 2011. Seção 1, nº 251, p.6.

27. Brasil. Ministério da Saúde. Resolução RDC no 12, de 02 de janeiro de 2001. Dispões dobre o Regulamento Técnico Sobre Padrões Microbiológicos Para Alimentos. Diário Oficial [da] União da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 12 jan 2001. Seção 1, nº 7, p. 45.

28. Santana EHW De, Beloti V, Aragon-Alegro LC, Mendonça MBOC. Estafilococos em Alimentos. Arq Inst Biol.2010;77:545-54.

29. Jay J. Microbiologia de Alimentos. 6 ed. Porto Alegre: Artmed; 2005.

30. Hermanns G, Funck GD, Schmidt JT, Pereira JQ, Brandelli A, Richards NSPS. Evaluation of probiotic characteristics of lactic acid bacteria isolated from artisan cheese. J Food Saf.2014;34(4):1–8. [DOI: 10.1111/jfs.12138].

31. Costa Sobrinho PDS, Marçal FCA, Pinheiro JS, Almeida HG, Pires CV, Santos AS. Bacteriological quality of raw milk used for production of a Brazilian farmstead raw milk cheese. Foodborne Pathog Dis. 2012;9(2):138–44. [DOI: 10.1089/fpd.2011.1010].

32. Silva WP, Laer AE V., Lima AS, Techera SC, Mata MM, Jantzen MM. Status higiênico-sanitário de queijos do tipo Minas produzidos de forma artesanal e comercializados em Pelotas, RS. Rev Inst Lat Cândido Tostes.2006;61(349):31–6.

33. Cremonesi P, Perez G, Pisoni G, Moroni P, Morandi S, Luzzana M, et al. Detection of enterotoxigenic Staphylococcus aureus isolate in raw milk cheese. Lett Appl Microbiol.2007;45(6):586-91. [DOI: 10.1111/j.1472-765X.2007.02231.x].

34. Kongo JM, Malcata FX, Ho AJ, Wiedmann M. Detection and characterization of Listeria monocytogenes in Sao Jorge (Portugal) cheese production. J Dairy Sci.2006;89(11):4456–61. [DOI: 10.3168/jds.S0022-0302(06)72494-8].

35. Menéndez S, Godínez R, Centeno JA, Rodríguez-Otero JA. Microbiological, chemical and biochemical characteristic of ́Tetilla ́ raw cows-milk cheese. Food Microbiol. 2001;18(2):151-8. [DOI: 10.1006/fmic.2000.0385].

36. Salih ZA, Sulieman AME, Elkhalifa EA, Ali AO. Chemical and microbiological characteristic of white cheese (Jibna-beida) produced in Sudan. Food Public Health.2012;2(6):259-264. [DOI: 10.5923/j.fph.20120206.11].

37. Souza CFV, Dalla Rosa T, Zachia Ayub MA. Changes in the microbiological and physicochemical characteristics of Serrano cheese during manufacture and ripening. Brazilian J Microbiol.2003;34:260–6. [DOI: 10.1590/S1517-83822003000300016].

38. Barbosa AAS, Pires VCF, Barbosa AS, Canuto TM, Araújo P, Nunes LS. Caracteristicas físico-químicas e microbiológicas do leite cru e pasteurizado consumido no municipio de Queimadas , PB. I Congresso Norte Nordeste de Química; abril de 2007; Natal: ANNQ. Available from: [http://www.annq.org/ congresso2007/trabalhosapresentados/T127.pdf ]

39. Nuch E, Guedes FF, Vargas L, Koch FF. Caracterização dos queijos artesanais produzidos em Viamão, no Estado do Rio Grande do Sul, quanto à evolução físico-química e microbiológica. Rev Vet Foco. 2004;2(1):15-24.

40. Rosa TD, Wassermann GE, De Souza CFV, Caron D, Carlini CR, Ayub MAZ. Microbiological and physicochemical characteristics and aminopeptidase activities during ripening of Serrano cheese. Int J Dairy Technol.2008;61(1):70–9. [DOI: 10.1111/j.1471-0307.2008.00361.x].

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2016 Graciele Daiana Funck, Gislaine Hermanns, Raul Vicenzi, Jéssica Tamiozzo Schmidt, Neila Silvia Pereira dos Santos Richards, Wladimir Padilha da Silva, Ângela Maria Fiorentini

Downloads

Não há dados estatísticos.