Identificação da microbiota fúngica anemófila em uma indústria de polpas de frutas e susceptibilidade antifúngica a terpenos
PDF

Palavras-chave

fungos anemófilos
Cladosporium
indústria
polpa de frutas
terpenos

Como Citar

1.
Medeiros VPB de, Silva GS, Lima E de O, Pereira F de O. Identificação da microbiota fúngica anemófila em uma indústria de polpas de frutas e susceptibilidade antifúngica a terpenos. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 5º de maio de 2016 [citado 22º de dezembro de 2024];74(3):266-73. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33480

Resumo

Os fungos anemófilos são importantes agentes contaminantes e deteriorantes de alimentos, especialmente frutas e seus produtos. Neste estudo foram identificados os principais gêneros fúngicos presentes na microbiota anemófila de uma indústria de polpas de frutas, localizada no interior da Paraíba, e foi investigada a ação antifúngica de terpenos como possível alternativa de controle do crescimento fúngico. Os fungos foram coletados pela exposição de placas de Petri contendo meio Agar Sabouraud dextrose com cloranfenicol (50 μg/mL). Após a incubação a 28 °C durante sete dias, foram realizadas a contagem das unidades formadoras de colônias e sua descrição. Os fungos foram identificados pela análise morfológica das colônias isoladas. O principal gênero isolado em toda indústria foi o dematiáceo Cladosporium spp. Os ensaios de sensibilidade foram efetuados aplicando-se a técnica de difusão em meio sólido com discos contendo os terpenos: carvacrol, citronelal, citral, linalol, timol, terpinoleno, p-cimeno e β-cariofileno. A efetividade de alguns destes terpenos frente a cepas do Cladosporium spp foi demonstrada, com destaque para o citral e carvacrol. A indústria de polpas de frutas apresenta ar de ambiente vulnerável, especialmente contaminação por Cladosporium spp. Pretende-se impulsionar novos estudos com produtos naturais na perspectiva de diminuir a contaminação fúngica em alimentos.

https://doi.org/10.53393/rial.2015.v74.33480
PDF

Referências

1. Riedel G. Controle sanitário dos alimentos. 3ª ed. São Paulo: Atheneu; 2005.

2. Mageste JO, Pereira TCD, Silva GA, Barros RAM. Estudo da microbiota fúngica anemófila de uma indústria farmacêutica de juiz de fora – MG. Rev Facider.2012;1(1):1-7.

3. Silva LF. Fungos: um estudo sobre sua ocorrência nos alimentos [trabalho de conclusão de curso]. Belo Horizonte (MG): Universidade Federal de Minas Gerais; 2008.

4. Souza PMS, Andrade SL, Lima AF. Pesquisa, isolamento e identificação de fungos anemófilos em restaurantes self-service do centro de Maceió /AL. Cad Grad Cienc Biol Saúde.2013;1(3):147-54.

5. Zandonadiet RP, Botelho RBA, Sávio KEO, Akutsu RC, Araújo WMC. Atitudes de risco do consumidor em restaurantes de auto-serviço. Rev Nutr.2007;20(1):19-26. [DOI: dx.doi.org/10.1590/S1415-52732007000100002].

6. Dal RI, Sebastiany E. Avaliação do Processo Produtivo e da Qualidade de Polpas de Frutas Comercializadas em Boa Vista/RR [dissertação de mestrado]. Boa Vista (RR): Universidade Federal de Roraima;2006.

7. Corrêa B. Micotoxinas humanas e micetismos. In: Zaitz, C Campbell, Marques AS, Ruiz LRB, Souza VM. Compêndio de micologia médica. Rio de Janeiro: Medsi; 1998.

8. Bakkali F, Averbeck S, Averbeck D, Idaomar M. Biological effects of essential oils - a review. Food Chem Toxicol.2008;46(2):446-75. [DOI: 10.1016/j.fct.2007.09.106].

9. Kern ME, Blevins KS. Micologia Médica:texto e atlas. 2ed. São Paulo: Premier; 1999.

10. Lacaz CS, Porto E, Martins JEC, Heins-Vaccari EM, Melo NT. Tratado de micologia médica. 9 ed. São Paulo: Sarvier; 2002.

11. Rasooli I, Abyaneh MR. Inhibitory effect of thyme oils on growth and aflatoxin production by Aspergillus parasiticus. Food Control.2004;15(6):479-83. [DOI: 10.1016/j.foodcont.2003.07.002].

12. Mota KSL, Pereira FO, Oliveira WA, Lima IO, Lima EO. Antifungal activity of Thymus vulgaris L. essential oil and its constituent phytochemicals against Rhizopus oryzae: interaction with ergosterol. Molecules.2012;17(12):14418-33. [DOI: 10.3390/molecules171214418].

13. Hadecek F, Greger H. Testing of antifugal natural products: methodilogies, comparability of results and assay choice. Phytochem Anal. 2000;11(3):137-47. [DOI: 10.1002/(SICI)1099-1565(200005/06)11:3<137::AID-PCA514>3.0.CO;2-I].

14. Stelato MM, Concon MM, Shimada D, Srebernich SM. Contaminação fúngica em barras de cereais comercializadas. Rev Inst Adolfo Lutz.2010;69(3):285-90.

15. Altunatmaz SS, Issa G, AydinA. Detection of airborne psychrotrophic bacteria and fungi in food storage refrigerators. Braz J Microbiol.2012;43(4):1436-43. [DOI: dx.doi.org/10.1590/S1517-83822012000400027].

16. Sorensen LM, Jacobsen T, Nielsen PV, Frisvad JC, Koch AG. Mycobiota in the processing areas of two different meat products.Int J Food Microbiol. 2008;124(1):58-64. [DOI: 10.1016/j.ijfoodmicro.2008.02.019].

17. Gava AJ, Silva CAB, Frias JRG. Tecnologia de alimentos: Princípios e Aplicações. São Paulo: Nobel; 2009.

18. Vecchia AD, Fortes CR. Contaminação fúngica em granola comercial. Cienc Tecnol Aliment. 2007;27(2):324-7. [DOI: dx.doi.org/10.1590/S0101-20612007000200020].

19. Engelhart S, Glasmacher A, Simon A, Exner M. Air sampling of Aspergillus fumigates and other thermotolerant fungi: comparative performance of the Sartorius MD8 airport and the Merck MAS-100 portable bioaerosol sampler. Inter J Hyg Environ Health. 2007;210(6):733-9. [DOI: 10.1016/j.ijheh.2006.10.001].

20. Zoppas BCA, Valencia-Barrera RM, Fernández-Gonzáles D. Distribuição de esporos de Cladosporiumspp. no ar atmosférico de Caxias do Sul, RS, Brasil, durante dois anos de estudo. Rev Bras Alerg Imunopatol.2011;34(2):55-8.

21. Rivas S, Thomas CM. Molecular interactions between tomato and the leaf mold pathogen Cladosporium fulvum. Ann Rev Phytopathol. 2005;43:395-436. [DOI: 10.1146/annurev.phyto.43.040204.140224].

22. Portnoy JM, Barnes CS, Kennedy K. Sampling for indoor fungi. J Allergy Clin Immunol.2004; 113(2):189-98. [DOI: 10.1016/j.jaci.2003.11.021].

23. Souza GC, Carneiro JGG J, Gonsalves HRO. Qualidade microbiológica de polpas de frutas congeladas produzidas no município de Russas – CE. ACSA. 2011;7(3):1-5.

24. Lima EO, Gompertz OF, Giesbrecht AM, Paulo MQ. In vitro antifungal activity of essential oils obtained from officinal plants against dermatophytes. Mycoses. 1993;36(9-10):333-6. [DOI: 10.1111/j.1439-0507.1993.tb00777.x].

25. Lima IO, de Medeiros Nóbrega F, de Oliveira WA, de Oliveira Lima E, Albuquerque Menezes E, Cunha FA, et al. Anti-Candida albicans effectiveness of citral and investigation of mode of action. Pharm Biol.2012;50(12):1536-41. [DOI: 10.3109/13880209.2012.694893].

26. Garcia R, Alves ESS, Santos MP, Viegas Aquije GMF, Fernandes AAR, dos Santos RB, et al. Antimicrobial activity and potential use of monoterpenes as tropical fruits preservatives. Braz J Microbiol.2008;39(1):163-8. [DOI: 10.1590/S1517-838220080001000032].

27. Saddiq AA, Khayyat SA. Chemical and antimicrobial studies of monoterpene: Citral. Pesticide Biochem Physiol. 2010;98(1):89-93.[DOI: 10.1016/j.pestbp.2010.05.004].

28. Lima IO, Pereira FO, Oliveira WA, Lima EO, Menezes EA, Cunha FA, et al. Antifungal activity and mode of action of carvacrol against Candida albicans strains. J Essent Oil Res.2013;25(2):138-42.

29. Abbaszadeh S, Sharifzadeh A, Shokri H, Khosravi AR, Abbaszadeh A. Antifungal efficacy of thymol, carvacrol, eugenol and menthol as alternative agents to control the growth of food-relevant fungi. J Mycol Med. 2014;24(2):51-6. [DOI: 10.1016/j.mycmed.2014.01.063].

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2016 Viviane Priscila Barros de Medeiros, Gezaildo Santos Silva, Edeltrudes de Oliveira Lima, Fillipe de Oliveira Pereira

Downloads

Não há dados estatísticos.