Sobrevivência de Campylobacter jejuni em amostras de leite pasteurizado e UHT artificialmente contaminados e mantidas sob refrigeração

Autores

  • Guilherme Paz Monteiro Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Uberlândia, MG
  • Roberta Torres de Melo Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Uberlândia, MG
  • Priscila Christen Nalevaiko Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Uberlândia, MG
  • Eliane Pereira Mendonça Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Uberlândia, MG
  • Belchiolina Beatriz Fonseca Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Uberlândia, MG
  • Daise Aparecida Rossi Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Medicina Veterinária, Laboratório de Biotecnologia Animal Aplicada, Uberlândia, MG

DOI:

https://doi.org/10.53393/rial.2015.v74.33482

Palavras-chave:

Campylobacter jejuni, leite, contaminação experimental, viabilidade, baixa temperatura

Resumo

Campylobacter é o agente etiológico mais prevalente em gastroenterites de causa alimentar no mundo. Apesar de o leite cru ser fonte de infecção, pouco se conhece sobre as consequências da recontaminação do leite. A viabilidade de Campylobacter jejuni foi avaliada em leites pasteurizados e UHT mantidos sob refrigeração. Ambos os leites foram divididos em cinco porções de 100 mL, inoculados com 101 UFC.mL-1 de C. jejuni e mantidos de 4 ºC a 7 ºC por 48 horas. Repetiu-se o procedimento, utilizando-se inoculações de 102, 103 e 104 UFC.mL-1. As alíquotas foram analisadas imediatamente após inoculação e depois de 24 e 48 h quanto à viabilidade de C. jejuni. O micro-organismo manteve-se viável em todas as amostras, porém no leite pasteurizado houve redução de 1 ciclo log nas contagens após 24 h e baixas contagens após 48 h. Provavelmente, a redução ocorreu pela presença de microbiota neste leite, que competiu ou inibiu o crescimento de C. jejuni. O leite UHT ofereceu boas condições de sobrevivência em todos os períodos. O consumo de leite contaminado, mesmo em armazenamento refrigerado, pode ser fonte de infecção. O micro-organismo manteve-se mais viável no leite UHT quando comparado ao pasteurizado, provavelmente pela ausência de outros micro-organismos competidores.

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Referências

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Publicado

2016-05-05

Como Citar

Monteiro, G. P., Melo, R. T. de, Nalevaiko, P. C., Mendonça, E. P., Fonseca, B. B., & Rossi, D. A. (2016). Sobrevivência de Campylobacter jejuni em amostras de leite pasteurizado e UHT artificialmente contaminados e mantidas sob refrigeração. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 74(3), 280–285. https://doi.org/10.53393/rial.2015.v74.33482

Edição

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