Resíduos de fungicidas em vinhos de diferentes propriedades vitivinícolas do Rio Grande do Sul, Brasil, frente ao uso da tecnologia thermal pest control a campo
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Palavras-chave

thermal pest control
fungicidas
Rio Grande do Sul
vinhos

Como Citar

1.
Mozzaquatro JO. Resíduos de fungicidas em vinhos de diferentes propriedades vitivinícolas do Rio Grande do Sul, Brasil, frente ao uso da tecnologia thermal pest control a campo. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 25º de outubro de 2016 [citado 11º de dezembro de 2024];75:01. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33533

Resumo

O uso de compostos químicos em vitivinicultura é extremamente elevado. Neste sentido, torna-se oportuno analisar resíduos de pesticidas em vinhos, pois as uvas figuram a lista de maior número de aplicações de pesticidas na agricultura do país. Com intuito de reduzir o uso de pesticidas, alguns vitivinicultores utilizam a tecnologia Thermal Pest Control (TPC) no manejo de seus vinhedos, como forma alternativa no combate às pragas. Trata-se de uma tecnologia que gera e fornece elevadas temperaturas às videiras, conferindo uma maior resistência microbiana. O objetivo deste estudo foi analisar fungicidas em vinhos brancos e tintos, oriundos de propriedades vitivinícolas do Rio Grande do Sul, produzidos a partir de uvas com e sem o emprego da tecnologia TPC durante o seu cultivo. Foram utilizadas amostras das variedades Tannat, Chardonnay e Cabernet Sauvignon nas safras 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014. Realizaram-se vinificações em escala laboratorial e separadamente para aquelas uvas sem o emprego da tecnologia TPC (controle) daquelas que fizeram uso desta (com TPC). No preparo das amostras utilizou-se o método QuEChERS modificado. Após, as análises procederam-se em UHPLC-MS/MS para determinação dos fungicidas. Boscalida, procimidona, piraclostrobina, pirimetanil, tetraconazol e tiofanato-metílico foram detectados acima do LOQ em ambos os tratamentos. Nos tratamentos, controle e com TPC, o pirimetanil obteve maior frequência (85,71 %) e médias (26,33 e 30,16 μg L-1), respectivamente. Não houve diferença significativa para os dois tipos de vinhos (tintos e brancos). Nos vinhos da cv. Chardonnay, safra 2012/2013, o fungicida pirimetanil diferiu estatisticamente (p=0,021), com média de 64,67 μg L-1 (controle), e de 111,12 μg L-1 (com TPC). Já nos vinhos da cv. Chardonnay, safra 2013/2014, o procimidona apresentou média superior no controle (6,47 μg L-1), do que no tratamento com TPC (0,46 μg L-1). E nos vinhos da cv. Cabernet Sauvignon, safra 2013/2014 o composto procimidona obteve média superior para o tratamento com TPC (129,73 μg L-1), do que ao controle (3,69 μg L-1). Diante do exposto, a presença de resíduos de fungicidas foi confirmada neste estudo, porém nenhum dos compostos mostrou-se acima dos LMRs estabelecidos para as uvas, considerando suas correções de massa. Tais resultados demonstraram concentrações de resíduos superiores para aqueles vinhos produzidos a partir de uvas submetidas à tecnologia TPC. Não foram encontradas referências na literatura que abordem resíduos de fungicidas em vinhos, cujas uvas fossem submetidas a esta tecnologia, o que nos leva a deduzir que este seja o primeiro estudo realizado sobre o tema.

https://doi.org/10.53393/rial.2016.75.33533
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Copyright (c) 2016 J. O. Mozzaquatro

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