Listeria spp. em queijos Minas Frescal e avaliação das condições higiênicossanitárias de produção e comercialização em Viçosa, MG, Brasil
PDF

Palavras-chave

inspeção de alimentos
queijo
agroindústria
pasteurização
Listeria

Como Citar

1.
Vinha MB, Pinto CL de O, Vanetti MCD, Chaves JBP. Listeria spp. em queijos Minas Frescal e avaliação das condições higiênicossanitárias de produção e comercialização em Viçosa, MG, Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 29º de janeiro de 2019 [citado 23º de novembro de 2024];78(1):7. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34505

Resumo

A produção de queijo Minas Frescal em propriedades rurais é uma atividade econômica importante em Minas Gerais. Entretanto, a presença de micro-organismos patogênicos compromete a segurança desses produtos, coloca a saúde pública em risco e ameaça esta atividade. Neste estudo, objetivou-se avaliar a ocorrência de Listeria spp. em queijos Minas Frescal, as condições de produção e comercialização desses produtos e relacioná-las à presença desses micro-organismos. Foram coletadas 161 amostras, 81 em agroindústrias e 80 em seus pontos de venda. Foram utilizados métodos analíticos oficiais estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para detecção e diferenciação das espécies de Listeria. A adoção das boas práticas durante a fabricação e a comercialização foi mensurada mediante avaliação in loco direcionada por listas de verificação pré-elaboradas. Constatou-se Listeria spp. em 14 amostras (8,7%) provenientes de oito das doze agroindústriA produção de queijo Minas Frescal em propriedades rurais é uma atividade econômica importante em Minas Gerais. Entretanto, a presença de micro-organismos patogênicos compromete a segurança desses produtos, coloca a saúde pública em risco e ameaça esta atividade. Neste estudo, objetivou-se avaliar a ocorrência de Listeria spp. em queijos Minas Frescal, as condições de produção e comercialização desses produtos e relacioná-las à presença desses micro-organismos. Foram coletadas 161 amostras, 81 em agroindústrias e 80 em seus pontos de venda. Foram utilizados métodos analíticos oficiais estabelecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para detecção e diferenciação das espécies de Listeria. A adoção das boas práticas durante a fabricação e a comercialização foi mensurada mediante avaliação in loco direcionada por listas de verificação pré-elaboradas. Constatou-se Listeria spp. em 14 amostras (8,7%) provenientes de oito das doze agroindústrias estudadas, quatro inspecionadas e quatro não inspecionadas. L. monocytogenes foi isolada em duas amostras. O percentual de atendimento às boas práticas de fabricação variou entre 28,3% e 51,1% e diversas irregularidades foram observadas durante a comercialização dos queijos. Os resultados indicam risco potencial do consumo deste tipo de produto e a necessidade de adoção das boas práticas de fabricação e comercialização para prevenir contaminações. as estudadas, quatro inspecionadas e quatro não inspecionadas. L. monocytogenes foi isolada em duas amostras. O percentual de atendimento às boas práticas de fabricação variou entre 28,3% e 51,1% e diversas irregularidades foram observadas durante a comercialização dos queijos. Os resultados indicam risco potencial do consumo deste tipo de produto e a necessidade de adoção das boas práticas de fabricação e comercialização para prevenir contaminações.

https://doi.org/10.53393/rial.2019.v78.34505
PDF

Referências

1. Doijab SP, Poharkar KV, Kale SB, Kerkar S, Kalorey DR, Kurkure NV et al. Listeria goaensis sp. nov. Int J Syst Evol Microbiol 2018;68(10):3285–91. https:// doi.org/10.1099/ijsem.0.002980

2. Wang S, Orsi RH. Foodborne infections: Listeria. In: Morris GJ, Potter ME. Foodborne Infections and Intoxications. Atlanta: Elsevier; 2013. p. 199-210.

3. Cruz CD, Martinez MB, Destro MT. Listeria monocytogenes: um agente infeccioso ainda pouco conhecido no Brasil. Alim Nutr 2008;19(2):195-206. Disponível em: http://serv-bib.fcfar.unesp.br/seer/ index.php/alimentos/article/view/247/241

4. Castro V, Escudero JM, Rodrigues JI, Muniozguren N, Uribarri J, Saez D et al. Listeriosis outbreak caused by Latin-style fresh cheese, Bizkaia, Spain, August 2012. Euro Surveill. 2012;17(42):pii=20298. Disponível em: http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx? ArticleId=20298

5. Rios VM, Dalgaard P. Prevalence of Listeria monocytogenes in European cheeses: A systematic review and meta-analysis. Food Control. 2018;84:205-14. https://doi.org/10.1016/ j.foodcont.2017.07.020

6. Gould HL, Mungai E, Behravesh CB. Outbreaks Attributed to Cheese: Differences Between Outbreaks Caused by Unpasteurized and Pasteurized Dairy Products, United States, 1998–2011. Foodborne Pathog Dis. 2014;11(7):545-51. https://doi.org/ 10.1089/fpd.2013.1650

7. Silva P, Silva JO, Carneiro AMM, Reche SHC, Medeiros MIC. Estudo retrospectivo de meningite por Listeria sp ocorridos na região de Ribeirão Preto/SP, Brasil. Bol Inst Adolfo Lutz. 2016; 26(U):1-2. Disponível em: http://www.ial.sp.gov.br/ resources/insituto-adolfo-lutz/publicacoes/bial/ bial_26/26u_art-3.pdf

8. Barancelli GV, Camargo TM, Gagliardi GN, Porto E, Souza RA, Campioni F et al. PulsedField Gel Electrophoresis characterization of Listeria monocytogenes isolates from cheese manufacturing plants in São Paulo, Brazil. Int J Food Microbiol; 2014;173:21-9. https://doi.org/10.1016/ j.ijfoodmicro.2013.12.018

9. Carvalho JDG, Viotto WH, Kuaye AY. The quality of Minas Frescal cheese produced by different technological processes. Food Control. 2007;18(3):262-7. https://doi.org/ 10.1016/j.foodcont.2005.10.005

10. Apolinário TCC, Santos GS, Lavorato JAA. Avaliação da qualidade microbiológica do queijo Minas Frescal produzido por laticínios do estado de Minas Gerais. Rev Inst Laticínios Cândido Tostes. 2014;69(6):433-42. https://doi.org/10.14295/2238-6416.v69i6.290

11. Brito JR, Santos EM, Arcuri EF, Lange CC, Brito MA, Souza GN et al. Retail survey of Brazilian milk and Minas frescal cheese and a contaminated dairy plant to establish prevalence, relatedness, and sources of Listeria monocytogenes isolates. Appl Environ Microbiol 2008;74(15):4954-61. http:// dx.doi.org/10.1128/AEM.01828-07

12. Parisi A, Latorre L, Fraccalvieri R, Miccolupo A, Normanno G, Caruso M et al. Occurrence of Listeria spp. in dairy plants in Southern Italy and molecular subtyping of isolates using AFLP. Food Control 2013;29(1):91-7. https://doi.org/10.1016/ j.foodcont.2012.05.036

13. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BR). Instrução Normativa n° 62, de 26 de agosto de 2003. Oficializa os Métodos Analíticos Oficiais para Análises Microbiológicas para Controle de Produtos de Origem Animal e Água. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 18 set 2003. Seção 1:14. Disponível em: https://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/ index.jsp?jornal=1&pagina=14&data=18/09/2003

14. Zaffari CB, Mello JF, Costa M. Qualidade bacteriológica de queijos artesanais comercializados em estradas do litoral norte do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc Rural. 2007;37(3):862-67. http://dx.doi.org/ 10.1590/S0103-84782007000300040

15. Tiwari U, Walsh D, Rivas L, Jordan K, Duffy G. Modelling the interaction of storage temperature, pH, and water activity on the growth behaviour of Listeria monocytogenes in raw and pasteurised semi-soft rind washed milk cheese during storage following ripening. Food Control. 2014;42:248-56. https://doi.org/ 10.1016/j.foodcont.2014.02.005

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2019 Mariana Barboza Vinha, Cláudia Lúcia de Oliveira Pinto, Maria Cristina Dantas Vanetti, José Benício Paes Chaves

Downloads

Não há dados estatísticos.