Resumo
O pentaclorofenol (PCP), usado como fungicida e herbicida no Brasil, teve seu uso proibido na agricultura em 1985. Atualmente tem permissão de uso para tratamento de madeira. A alta volatilidade do PCP e a solubilidade de sua forma ionizada são os principais fatores para sua propagação no ambiente. A exposição crônica ao PCP pode causar danos ao fígado e rins. Em relação à ação carcinogênica, o PCP é classificado
no grupo B2, com evidência suficiente em estudo com animais, porém os dados em humanos são escassos. O objetivo deste estudo foi avaliar os resíduos de pentaclorofenol em oito amostras de água de consumo coletadas próxima a uma madeireira em Belém do Pará. A extração foi feita com solvente em meio ácido, seguida de derivatização e a determinação por cromatografia a gás com detector de captura de elétrons. O limite de quantificação foi de 0,5 μg/L. O método avaliado apresentou resultados satisfatórios para análise de resíduos, com recuperações que variaram de 80 a 103% e coeficiente de variação de 2,1 a 3,9%, dependendo do nível fortificado. As amostras estudadas não apresentaram resíduos de pentaclorofenol acima do limite de quantificação do método, sendo adequadas para o consumo.
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