Microcistinas em água de hemodiálise de clínicas do estado de São Paulo
pdf

Palavras-chave

cianobacterias
microcistinas
água de hemodiálise
ELISA
toxinas

Como Citar

1.
Ruvieri V, Shundo L, Alaburda J, Sabino M. Microcistinas em água de hemodiálise de clínicas do estado de São Paulo. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 30º de dezembro de 2004 [citado 4º de dezembro de 2024];63(2):220-3. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34860

Resumo

As cianobactérias (algas azuis) são organismos procariontes fotossintéticos originários do pré-cambriano que se adaptaram a vários habitats, desde nascentes termais até solos úmidos, sendo que em água doce sob determinadas condições ambientais, tais como alta luminosidade, alta temperatura e alta concentração de nutrientes, poderão surgir abundantemente formando florações (blooms). As cianobactérias produzem vários tipos de toxinas, sendo a microcistina (MC) uma das mais relevantes devido a sua toxicidade. Microcistinas são heptapeptídeos compostos por cinco aminoácidos constantes e dois variantes. São conhecidos mais de 60 tipos de microcistinas. Estudos indicam que uma das formas, a MC-LR (leucina, arginina), atua inibindo enzimas intracelulares (fosfatases), causando alteração na estrutura celular e que, doses sub-letais desta hepatotoxina, estão associadas ao desenvolvimento de câncer. O objetivo deste trabalho foi determinar a concentração de microcistinas em 177 amostras de água de hemodiálise coletadas em clínicas de hemodiálise do Estado de São Paulo, no período de abril de 2002 a março de 2003. As análises das 177 amostras de água utilizando ensaio imunoenzimático (ELISA) não detectaram a presença de microcistinas. Embora não tenham sido detectadas microcistinas nas amostras analisadas, é de extrema importância a continuidade do monitoramento desta ficotoxina devido a gravidade das intoxicações humanas causadas...

https://doi.org/10.53393/rial.2004.63.34860
pdf

Referências

1. Agujaro, F.L.; Lussari, F.J. Florações de cianobactérias potencialmente tóxicas nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí-Estado de São Paulo-Brasil. In: Seminário Latino-Americano sobre cianobactérias tóxicas: Qualidade de água e saúde pública, Rio de Janeiro, RJ. Resumos. Brasília: MS/FUNASA, 2001, p.6.

2. Azevedo, S.M.F.O. et al. First report of microcystins from a Brazilian isolate of the cyanobacterium Microcystis aeruginosa, Journal of Applied Phycology, 6:261-5, 1994.

3. Azevedo, S.M.F.O. Toxinas de cianobactérias: causas e conseqüências para a Saúde Pública, Revista Virtual de Medicina, 1(3), 1998.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 518, de 25 de março de 2004. Estabelece os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e dá outras providências. Diário Oficial da União. Brasília.

5. Carmichael, W.W. Toxins of fresh water algae. In: Tu, A.T. (ed), Handbook of natural toxins, New York, Marcel Dekker, 1988, p: 121-147.

6. Chorus, I.; Mur, L. Preventative mesures. In: Chorus, I; Bartram, J. (ed), Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and management, London: E & FN Spon, 1999. p: 235-273.

7. Falconer, I.R. Health implications of Cyanobacterial (blue-green algae) toxins. In: Steffensen D.A., Nicholson B.C., editors. Toxic Cyanobacteria Current Status of Research and Management - Proceedings of an International Workshop. Adelaide; 1994.

8. Harada, K.I.; Tsuji, K.; Watanabe, M.F. Stability of microcystins from cyanobacteria. III. Effect of pH and temperature. Phycologia; 35(6):83-8, 1996.

9. Jochimsen, E.M. et al.. Liver failure and death after exposure to mycrocystins at a haemodyalysis in Brazil. New England Journal of Medicine, 338: 873-878, 1998.

10. Kamogae, M. Monitoramento de microcistinas e estudo de parâmetros que favorecem o seu desenvolvimento nas represas de ItaipuCapivara e Três Bocas, Paraná, 2002. [Dissertação de Mestrado, Centro de Ciências Agrárias, Universidade Estadual de Londrina]

11. Mackintosh, C. et al. Cyanobacterial microcystin-LR is a potent and specific inhibitor of protein phosphatases 1 and 2A from both mammals and higher plants, FEBS Letters, 264: 187-192, 1990.

12. Matthiensen, A.; Yunes, J.S.; Codd, G.A. Ocorrência, distribuição e toxicidade de cianobactérias no estuário da Lagoa dos Patos, RS. Rev. Brasil. Biol., 59(3): 361-376, 199.

13. Mur, L.R.; Skulberg, O.M.; Utkilen, H. Cyanobacteria in environment. In: Chrorus, I.; Bartram, J (ed). Toxic cyanobacteria in water: a guide to their public health consequences, monitoring and management. London: E & FN Spon, 1999. p: 15-37.

14. Picanço, M. R. et al. Toxicity of a cyanobacterial extract containing microcystins to mouse lung, Braz. J. Med. Biol. Res., 37(8): 1225-1229, 2004.

15. Pouria, S.et al. Fatal microcystin intoxication in haemolialysis unit in Caruaru, Brazil. The Lancet, 352: 21-26, 1998.

16. Sivonen, K. Cyanobacterial toxins and toxin production, Phycologia, 35(6): 12-24, 1996.

17. Skulberg, O.M.; Codd, G.A.; Carmichael, W.W. Toxic blue-green algae blooms in Europe: a growing problem, Ambio, 13: 244-247, 1984.

18. Vieira, J.M.S. Toxicidade de cianobactérias e concentração de microcistinas em uma represa de abastecimento público da região amazônica do Brasil, São Paulo, 2002 [Tese de Doutorado, Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade de São Paulo].

19. Yunes, J.S. et al. Toxic blooms of cyanobacterias in the Patos lagoon estuary, southern Brazil, J. Aquact. Ecosystem Health, 5: 223-9, 1996.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2004 Valter Ruvieri, Luzia Shundo, Janete Alaburda, Myrna Sabino

Downloads

Não há dados estatísticos.