Microcistinas em água de hemodiálise de clínicas do estado de São Paulo

Autores

  • Valter Ruvieri Seção de Química Biológica, Divisão de Bromatologia e Química, Instituto Adolfo Lutz
  • Luzia Shundo Seção de Química Biológica, Divisão de Bromatologia e Química, Instituto Adolfo Lutz
  • Janete Alaburda Seção de Química Biológica, Divisão de Bromatologia e Química, Instituto Adolfo Lutz
  • Myrna Sabino Seção de Química Biológica, Divisão de Bromatologia e Química, Instituto Adolfo Lutz

Palavras-chave:

cianobacterias, microcistinas, água de hemodiálise, ELISA, toxinas

Resumo

As cianobactérias (algas azuis) são organismos procariontes fotossintéticos originários do pré-cambriano que se adaptaram a vários habitats, desde nascentes termais até solos úmidos, sendo que em água doce sob determinadas condições ambientais, tais como alta luminosidade, alta temperatura e alta concentração de nutrientes, poderão surgir abundantemente formando florações (blooms). As cianobactérias produzem vários tipos de toxinas, sendo a microcistina (MC) uma das mais relevantes devido a sua toxicidade. Microcistinas são heptapeptídeos compostos por cinco aminoácidos constantes e dois variantes. São conhecidos mais de 60 tipos de microcistinas. Estudos indicam que uma das formas, a MC-LR (leucina, arginina), atua inibindo enzimas intracelulares (fosfatases), causando alteração na estrutura celular e que, doses sub-letais desta hepatotoxina, estão associadas ao desenvolvimento de câncer. O objetivo deste trabalho foi determinar a concentração de microcistinas em 177 amostras de água de hemodiálise coletadas em clínicas de hemodiálise do Estado de São Paulo, no período de abril de 2002 a março de 2003. As análises das 177 amostras de água utilizando ensaio imunoenzimático (ELISA) não detectaram a presença de microcistinas. Embora não tenham sido detectadas microcistinas nas amostras analisadas, é de extrema importância a continuidade do monitoramento desta ficotoxina devido a gravidade das intoxicações humanas causadas...

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Referências

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Publicado

2004-12-30

Como Citar

Ruvieri, V. ., Shundo, L. ., Alaburda, J. ., & Sabino, M. . (2004). Microcistinas em água de hemodiálise de clínicas do estado de São Paulo. Revista Do Instituto Adolfo Lutz, 63(2), 220–3. Recuperado de https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34860

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