Infecção pelos vírus linfotrópicos de células T humanas dos tipos 1 (HTLV-1) e 2 (HTLV-2) em indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em Londrina e região, Paraná, Brasil
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Como Citar

1.
H.K. M. Infecção pelos vírus linfotrópicos de células T humanas dos tipos 1 (HTLV-1) e 2 (HTLV-2) em indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em Londrina e região, Paraná, Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 30º de dezembro de 2003 [citado 4º de dezembro de 2024];62(3):250. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/34909

Resumo

A ocorrência de co-infecção entre o HIV e o HTLV-I ou
HTLV-II tem sido relatada em várias partes do mundo,
provavelmente como conseqüência de as vias de transmissão
desses vírus serem as mesmas, ou seja, contato sexual,
transfusão sangüínea, uso de agulhas e/ou seringas
contaminadas e de mãe para filho. Freqüências variáveis de
co-infecção por HIV/HTLV-I e por HIV/HTLV-II têm sido
descritas e estas dependem do tipo viral prevalente na região
estudada. Sabe-se que esses retrovírus ativam-se mutuamente
in vitro e existem evidências de que isto também ocorra in
vivo, estando, assim, a co-infecção relacionada à progressão
mais rápida para aids e ao surgimento de leucemias e linfomas
de células T e de quadros neurológicos e dermatológicos
associados à infecção por HTLV-I/II. O presente projeto de
pesquisa teve como objetivo principal determinar a prevalência
de infecção pelos vírus HTLV-I e HTLV-II em indivíduos com
HIV/aids do município de Londrina e região. Além disso, visou
caracterizar a população de indivíduos infectados por retrovírus
humanos nesta região geográfica, analisando variáveis
sociodemográficas, história prévia de doenças sexualmente
transmissíveis (DSTs), presença de outras doenças infecciosas
(hepatite B, hepatite C e sífilis) e número de células CD4+.
Fatores de risco associados à aquisição dessas retroviroses
foram também pesquisados, assim como a variante viral de
HTLV-II que predomina na região. Utilizaram-se nesta pesquisa
testes sorológicos de rotina e, no caso de infecção por HTLVI e –II, além dos ensaios sorológicos, a reação em cadeia da
polimerase (PCR) e a pesquisa de polimorfismo de fragmentos
de restrição enzimática (RFLP). Foram entrevistados e
participaram do estudo 758 indivíduos, dos quais a maioria era
de cor branca, com escolaridade de ensino fundamental
completo e pertencente às classes sociais C e D. A média de
idade da população foi de aproximadamente 35 anos e a DST
mais freqüente foi a gonorréia, seguida de sífilis e condiloma.
A contagem de células CD4+ mostrou que a maioria dos
pacientes apresentava contagem acima de 200 cels/mm3 de
sangue. O principal fator de risco associado à aquisição dessas
retroviroses foi o sexual para a infecção por HIV, e o uso de
drogas injetáveis para a infecção por HTLV-I e HTLV-II. Houve
associação de infecção por HTLV-I/II com o uso de drogas
injetáveis, com a hepatite C e a hepatite B. Usando os resultados
obtidos com a sorologia e a biologia molecular para o HTLV-I e
–II, foi possível determinar a prevalência de co-infecção por
HIV/HTLV-I/II na população geral, que foi de 5,8%, sendo 0,8%
para a infecção por HTLV-I e 4,9% para a infecção por HIV/
HTLV-II. A PCR se mostrou mais sensível em relação ao teste
confirmatório de WB para detectar casos verdadeiramente
positivos de infecção por HTLV-II. Houve prevalência de
infecção por HTLV-II do subtipo IIa, com predomínio das
variantes a4 e a6. Detectaram-se casos de infecção por HTLVIIa de variantes ainda não descritas na literatura, designadas
de aBr, e um caso de infecção por HTLV-II do subtipo b.

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Copyright (c) 2003 Morimoto, H.K.

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