Estudo de anticorpos IgM para vigilância epidemiológica da esquistossomose mansoni em área de baixa endemicidade
PDF

Palavras-chave

Esquistossomose
anticorpos IgM
epidemiologia
controle
baixa endemicidade

Como Citar

1.
Y. Kanamura H, C. S. Dias L, M. Glasser C, M. Silva R, L. F. de Camargo-Neves V, A. G. Vellosa S, Gargioni C, L. C. Lima V, M. F. Guercio V, R. A. M. Marques G, Esther de Carvalho M. Estudo de anticorpos IgM para vigilância epidemiológica da esquistossomose mansoni em área de baixa endemicidade. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 29º de junho de 2001 [citado 30º de abril de 2024];60(1):1-10. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/39286

Resumo

O controle da esquistossomose no Estado de São Paulo iniciou-se ao final da década de 60, tendo como linhas mestras o uso de moluscidas e a de quimioterapia. Apesar da aparente redução nos níveis de infecção, o Sistema de Vigilância Epidemiológica do Estado tem registrado continuamente casos autóctones da doença, tendo-se observado ampliação das áreas de transmissão. Com o objetivo de buscar-se método diagnóstico mais sensível para fins epidemiológicos em áreas de baixa endemicidade, onde o exame de fezes se mostra pouco eficiente, uma técnica sorológica foi avaliada em quatro áreas consideradas endêmicas para Schistosoma mansoni (Sm) no Estado. Amostras de fezes e de sangue absorvido em papel-filtro foram coletadas de populações de quatro áreas de transmissão com diferentes perfis epidemiológicos, acompanhando-as, por um período de 2 anos, com cinco inquéritos, a intervalos semestrais. Dados de prevalência e incidência obtidos pela aplicação da reação de imunofluorescência para anticorpos IgM contra tubo digestivo de Sm (RIF-IgM) e do exame de fezes (Kato-Katz) foram analisados comparativamente nas quatro áreas estudadas. Foi possível diferenciar os níveis de endemicidade das áreas estudadas com maior sensibilidade que pelo método parasitológico e detectar sazonalidade em algumas das áreas, através da observação de taxas de soroconversão de RIF-IgM. Esta soroconversão, passando de negativo para positivo, indicando provável infecção recente, foi mais freqüente nos inquéritos realizados no 1º semestre do ano (pós-verão). A RIF-IgM demonstrou ser útil para estudos epidemiológicos da esquistossomose, podendo constituir método diagnóstico, tanto na fase aguda como crônica.

https://doi.org/10.53393/rial.2001.60.39286
PDF

Referências

1. CACESQ (Campanha de Combate à Esquistossomose) I Encontro Nacional sobre esquistossomose. São Paulo, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Saúde, 1973.

2. Camargo-Neves, V.L.F. et al. IgM antibodies to Schistosoma mansoni gut-associated antigens for the study of schistosomiasis transmission in Ribeirão Pires, São Paulo. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 93 (suppl.1): 273-278, 1998.

3. Carvalho, M.E. et al. Evaluación serológica de la esquistosomosis mansónica en areas de baja transmisión del valle de Paraíba, Estado de São Paulo, Brasil, 1997 nov 17-23; La Havana, Cuba. La Havana: Federación Latinoamericana de Parasitología; 1997. p.113-114.

4. Dean, A.G. et al. Epi Info, Version 6: a word processing, database, and statistics program for public health on IBM-compatible microcomputers. Centers of Disease Control and Prevention, Atlanta, GA, U.S.A, 1995.

5. De Vlas, S.J.; Gryseels, B. Underestimation of Schistosoma mansoni prevalences. Parasitol. Today, 8: 274-277, 1992.

6. Dias, L. C. S. et al. Field trials for immunodiagnosis with reference to Schistosoma mansoni. In: Bergquist, N. R. Immunodiagnostic approches in schistosomiasis. John Wiley & Sons, 1992. p. 39-47.

7. Dias, L.C.S. et al. Schistosomiasis mansoni in the municipality of Pedro de Toledo (São Paulo, Brasil) where the Biomphalaria tenagophila is the snail host: I. Prevalence in human population. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 31: 110-118, 1989.

8. El-Morshedy, H. et al. Circulating anodic antigen for detection of Schistosoma mansoni infection in Egyptian patients. Amer. J. Trop. Med. Hyg., 54: 149-153, 1996.

9.. Eltiro, F.; Ye-Ebiyo, Y.; Taylor, M.G. Evaluation of an enzyme linked immunosorbent assay (ELISA) using Schistosoma mansoni soluble egg antigen as a diagnostic tool for Schistosoma mansoni infection in Ethiopian schoolchildren. J. Trop. Med. Hyg., 95: 52-56, 1992.

10.. Engels, D.; Sinzinkayo, E.; Gryseels, B. Day-to-day egg count fluctuation in Schistosoma mansoni and its operational implications. Amer. J. Trop. Med. Hyg., 54: 319-324, 1996.

11. Ferreira, C.S.; Carvalho, M. E. Padronização de uso de papel-filtro como suporte de material para reações sorológicas. Rev. Bras. Malariol., 34: 82-86, 1982.

12. Graeff-Teixeira, C. et al. Identification of a transmission focus of Schistosoma mansoni in the Southernmost Brazilian State, Rio Grande do Sul. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 94(1): 9-10,1999.

13. Hoshino-Shimizu, S. et al. Aspectos sorológicos e soroepidemiológico da esquistossomose mansônica. In: Reis, F.A.; Faria, I.; Katz, N. Modernos Conhecimentos sobre Esquistossomose mansônica. Anais da Academia Mineira de Medicina, 14 (Suppl): 67-89, 1986.

14. Idris, M.A. et al. Schistosomiasis in the southern region of Oman: vector snail and serological identification of patients in several locations. J. Trop. Med. Hyg., 97: 205-210, 1994.

15. Kanamura, H.Y. et al. A comparative epidemiologic study on specific antibodies (IgM and IgA) and parasitological findings in an endemic area of low transmission of S. mansoni. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 40(2): 85-91,1998.

16. Kanamura, H.Y. et al. Detection of IgM antibodies to Schistosoma mansoni gut-associated antigens for the study of the dynamics of schistosomiasis transmission in a low endemic area. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 40(4): 225-231, 1998.

17. Kanamura, H.Y. et al. Decay of antibody isotypes against early developmental stages of Schistosoma mansoni after treatment of schistosomiasis patients. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 39(5): 137-140,1997.

18. Kanamura, H.Y.; Hoshino-Shimizu, S.; Silva, L. C. Schistosoma mansoni cercaria and schistosomulum antigens in serodiagnosis of schistosomiasis. Bull. Pan Amer. Hlth Org., 26: 220-229, 1992.

19. Kanamura, H.Y. et al. Anticorpos séricos IgA no diagnóstico da fase aguda da esquistossomose mansoni humana. Rev. Inst. Adolfo Lutz, 51: 101-104, 1991.

20. Katz, N.; Chaves, A.; Pellegrino, J. A simple device for quantitative stool thick-smear technique in schistosomiasis mansoni. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 14:397-400, 1972.

21. Katz, N.; Peixoto, S.V. Análise crítica da estimativa do número de portadores de esquistossomose no Brasil. Rev. Soc. Bras. Med. trop. 33(3): 303-308, 2000

22. Lima, V.L.C. de Esquistossomosse no Município de Campinas. Campinas, 1993 (Tese de Doutorado da Faculdade de Ciências Medicas da UNICAMP).

23. Lima, V.L.C. et al. Immunofluorescent test on Schistosoma mansoni worm paraffin sections (IgM - IFT) for the study of schistosomiasis transmission in Campinas, São Paulo, Brazil. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 93 (suppl.1):283-288,1998.

24. Marçal Jr., O. et al. Schistosomiasis mansoni in an area of low transmission. II. Risk factors for infection. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 35: 331-335, 1993.

25. Marçal Jr. O. et al. Schistosomiasis mansoni in an area of low transmission. I. Impact of control measures. Rev. Inst. Med. trop. São Paulo, 33: 83-90, 1991.

26. Nash, T.E. Antibody response to a polysaccharide antigen present in the schistosome gut. I. Sensitivity and specificity. Amer. J. Trop. Med. Hyg., 27: 938-943, 1978.

27. Noya, B.A. et al. The last fifteen years of schistosomiasis in Venezuela: Features and Evolution. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 94(2): 139- 146, 1999.

28. Noya, O. et al. Effect of chemotherapy on immune response to egg antigens of Schistosoma mansoni in chronically infected children from areas of low transmission. Paras. Immunol., 17: 111-117, 1995.

29. Silva, R.M. et al. A comparative study on IgG-ELISA, IgM-IFT and Kato-Katz methods for epidemiological purposes in a low endemic area for schistosomiasis. Mem. Inst. Oswaldo Cruz, 93 (suppl.1):279-282, 1998.

30. Silva, R.M. et al. Pesquisa de anticorpos IgM contra tubo digestivo do verme para o diagnóstico da esquistossomose mansônica. Rev. Bras. Pat. Clin., 28: 39 - 42, 1992.

31. SUCEN (Superintendência de Controle de Endemias). Situação da esquistossomose no Estado de São Paulo. II Encontro sobre esquistossomose. São Paulo, Imprensa Oficial do Estado, 1982 [Relatório].

32.Valli, L.C.P. et al. Schistosomiasis mansoni: Immunoblot analysis to diagnose and differentiate recent and chronic infection. Amer. J. Trop. Med. Hyg., 61(2): 302-307, 1999.

Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2001 Herminia Y. Kanamura, Luiz C. S. Dias, Carmen M. Glasser, Rita M. Silva, Vera L. F. de Camargo-Neves, Sylvia A. G. Vellosa, Cybele Gargioni, Virgília L. C. Lima, Vânia M. F. Guercio, Gisela R. A. M. Marques, Maria Esther de Carvalho

Downloads

Não há dados estatísticos.