TEORES DE AÇÚCAR EM ALIMENTO ACHOCOLATADO EM PÓ FRENTE À INFORMAÇÃO NUTRICIONAL DE ROTULAGEM

Resumo

Os alimentos achocolatados estão presentes na dieta da população brasileira, especialmente na refeição matinal. Por ser um produto de alto teor em açúcar, deve ter sua composição constantemente monitorada, uma vez que existe uma preocupação governamental quanto ao excessivo consumo de açúcar, dado o aumento da obesidade, principalmente entre o público infantil. Em 2003, o consumo máximo de açúcar nadieta da população teve seu limite fixado pela Organização Mundial de Saúde em 10% do Valor Energético Total (VET). Valor este, preconizado em 2005 pelo Ministério da Saúde através do Guia Alimentar. O estudo objetivou avaliar os teores de carboidratos, quanto aos valores declarados pelo fabricante na tabela de informação nutricional de rotulagem, entre outros dizeres condizentes com a legislação. Foram avaliadas 10 amostras, todas de marcas diferentes, adquiridas no comércio da cidade de São Paulo. Foram determinados os teores de carboidratos (IAL/2005) e avaliados os dizeres de rotulagem conforme parâmetros legais recomendados. Encontraram-se valores altos de carboidratos, com variação entre marcasde 71,83 a 96,67g/100g. Em 50% dos produtos o teor de açúcar superou o valor de carboidratos declarados em rotulagem. A porcentagem de contribuição do açúcar presente no produto, em relação ao valor de 200Kcal recomendado, ou seja, correspondente a 10% do VET de 2000Kcal preconizado pelo Ministério da Saúde foi considerado alto para porção de 20g por copo mencionada pelo fabricante em rótulo. Com uma ingestão diária de dois copos, o consumo praticamente atinge o valor recomendado. Novos critérios de ingestão de nutrientes com maiores riscos para a saúde têm sido estabelecidos, como a redução do açúcar.Nesse sentido e diante dos resultados obtidos, revela-se necessidade premente de revisão da formulação deste tipo de alimento a fim de melhor adequá-los às políticas públicas que visam alimentação mais saudável e redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis, especialmente sendo o público jovem os maiores consumidores.