ESTUDO DA ENDEMIA DA HANSENÍASE

Resumo

A endemicidade, o potencial incapacitante e o acometimento de adultos jovens, estimulam um olhar mais atento para a hanseníase. Considera-se endemia alta a relação entre idade baixa X índice baciloscópico (IB) baixo X deformidade alta e por endemia baixa a relação entre idade alta X IB alto X deformidade baixa. OBJETIVO: Avaliar a endemia da hanseníase no município de São José do Rio Preto-SP considerando o IB, a idade, classificação clinica e grau de incapacidades da Organização Mundial de Saúde no diagnóstico. METODOLOGIA: Trata-se de estudo descritivo retrospectivo com coleta dos resultados das baciloscopias realizadas no período de 02/01/1998 a 31/12/2008 e registradas no livro do Laboratório de Micobactérias do IAL de SJRP além dos dados dos prontuários do serviço de referência do município. Para análise, considerou-se resultado do IB ≥ 3,0 como alta infectividade e < 3,0 baixa infectividade de acordo com normas técnicas do programa; a idade foi categorizada em: menor de 15 anos; 15-34; 35-54 e 55
ou mais. RESULTADOS: Foram tratados 408 pacientes no período estudado e obtiveram-se dados completos de 337 pacientes e 445 exames de baciloscopia, Dos 337 indivíduos estudados, 5 tiveram IB ≥ 3, destes, 3 tinham deformidade leve e eram adultos jovens. Os 332 (98,5%) indivíduos que apresentaram IB<3, 210 (63,3%) eram multibacilares e 122 (36,7%) paucibacilares. Dos 210 multibacilares, 46,9% não apresentaram deformidades; 84,8% estavam distribuídos na faixa etária de 35-54 e 55 ou mais. Dos 122 paucibacilares, 71,3% não apresentaram deformidades; 73,8% pertenciam à faixa etária de 35-54 e 55 ou mais. CONCLUSÃO: A endemia no município está baixa. Os resultados revelaram idade alta X baciloscopia baixa X deformidade baixa. Medidas devem ser tomadas no sentido orientar profissionais e população para controle e prevenção da doença, sustentando assim a eliminação da hanseníase no município.