DETECÇÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DE ANTÍGENOS INFECCIOSOS EM CASOS DE ÓBITOS DECORRENTES DE FEBRES HEMORRÁGICAS ENCAMINHADOS AO NÚCLEO DE ANATOMIA PATOLÓGICA DO CENTRO DE PATOLOGIA DO IAL

Resumo

Os quadros hemorrágicos agudos graves, que levam a óbito em poucos dias, são comuns a várias patologias de etiologia infecciosa. O presente estudo visa mostrar o emprego de técnicas imuno-histoquímcas (IHQ) no auxílio ao esclarecimento de óbitos decorrentes de febre hemorrágicos através da detecção de antígenos de agentes infecciosos presentes em vísceras preservadas em formol, ou já emblocadas em parafina, enviadas ao Núcleo de Anatomia Patológica do Centro de Patologia do Instituto Adolfo Lutz, no período de janeiro de 2009 e dezembro de 2011. Foram realizadas pesquisas para antígenos de Hantavírus, vírus de Dengue, vírus de Febre Amarela, Rickettsia sp e Leptospira sp em fragmentos de vísceras provenientes de 2164 casos oriundos de diversas regiões do Brasil. Do total de casos estudados foram detectados antígenos em283 casos (13,08%). Em 2009 foram realizadas 792 pesquisas de casos infecciosos: 1 caso positivo para Dengue, 8 casos positivos para Leptospira, 2 casos positivos para Hantavírus, 172 casos positivos para Febre Amarela e 9 casos de Rickettsia. Em 2010 foram realizadas 805 pesquisas de antígenos infecciosos: 1caso positivo para Febre Amarela, 23 casos de Dengue positivos, 15 casos de Leptospira, 8 casos de Hantavírus e 10 casos de Rickettsia. Em 2011 foram realizadas 567 pesquisas de casos infecciosos: 16 casos positivos de Leptospira, 8 casos positivos de Dengue, 7 casos positivos de Hantavirus, 3 casos positivos de Rickettsia e nenhum caso de Febre Amarela. Este estudo mostra a importância da IHQ associada ao perfil histopatológico para a elucidação na causa do óbito uma vez que o quadro apresentado na síndrome hemorrágica fulminante não é específico de determinada etiologia e, em alguns casos, não havia sido realizada sorologia prévia para pesquisa de possíveis agentes infecciosos, em resposta à solicitação das Vigilâncias Epidemiológicas.