Abstract
Doenças tropicais causadas por protozoários causam grande sofrimento aos países em desenvolvimento. Duas importantes protozooses são a leishmaniose e a tripanossomíase americana que afetam milhões de pessoas em regiões tropicais e subtropicais. Com um arsenal terapêutico extremamente reduzido, o tratamento destas doenças continua deficiente, com uma elevada toxicidade, relatos de resistência e, muitas vezes, descontinuação da produção.
Apesar do constante crescimento do parque industrial farmacêutico no Brasil e no mundo, recursos para a pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos medicamentos para doenças negligenciadas continuam insipientes. Este fato se deve por estas doenças afetarem grandes populações marginais ao processo econômico globalizado e, assim, não são vistas como mercados potenciais para o setor privado. Os avanços na pesquisa científica geraram um grande conhecimento das bases celulares e moleculares da vida, resultando em sofisticadas estratégias terapêuticas para o tratamento de diversas patologias. Em contraste, apesar da enorme prevalência de doenças infecciosas em países subdesenvolvidos, a P&D de novos agentes terapêuticos não evoluiu da mesma forma. A união dos institutos de pesquisa e universidades governamentais com o setor produtivo para a P&D, nesta área, parece uma realidade distante para as doenças negligenciadas. Esforços na construção de um centro público de P&D, com os recursos financeiros concentrados poderiam ser uma das possíveis alternativas nesta batalha.
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