AVALIAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO IN VITRO DE TRIATOMÍNEOS MANTIDOS EM INSETÁRIO COMO ALTERNATIVA À ALIMENTAÇÃO TRADICIONAL

Abstract

Um insetário de triatomíneos, instrumento indispensável para a consecução do xenodiagnóstico para a doença de Chagas, tem entre seus óbices a alimentação dos insetos com sangue de aves refratárias ao T. cruzi. Este insetário requer a existência e a
manutenção de um biotério de aves que demanda além dos cuidados próprios, a contenção das aves durante o repasto sanguíneo, o transporte para o laboratório, o odor e possíveis alergias dos profissionais envolvidos. Objetivo: Avaliar o desenvolvimento de triatomíneos submetidos à alimentação in vivo em marrecos e in vitro com sangue de marrecos e gansos. Material e métodos: grupo alimentação in vivo (VIV): alimentado mediante a sucção de sangue através da pele das aves; alimentação artificial: alimentados com sangue de marreco (VITm); alimentados com sangue de ganso(VITg). Para a alimentação artificial, o sangue dos animais foi colhido com heparina (10mL de cada ave), acondicionado em frasco de borrel, aquecido a 36°C e oferecido aos insetos. Resultados VIV apresentou mortalidade mais tardia (70 dias) do que VITm e VITg (56 dias). Não foram observadas diferenças significativas na data da mudança de ninfas de 1º estádio (21 a 28 dias), bem como na mudança de ninfas para o estádio adulto (77 a 84 dias). A oviposição foi mais precoce no VIV do que nos grupos VIT, mas foi significativa apenas em VITm. A relação ovo/fêmea/dia foi maior para o grupo VIV (1,14), enquanto os outros grupos apresentaram taxas menores (0,84 para VITg e 0,63 para VITm).A diminuição nesta relação provocada pelo envelhecimento das fêmeas foi de cerca de 50 % nos grupos VIV e VTIm, enquanto que no grupo VITg essa diminuição foi de apenas 10%. Os resultados indicam que, embora a alimentação natural seja mais benéfica do que a artificial, esta alcança resultados melhores quando é realizada com sangue de ganso.
in memoriam*