DESAFIOS PARA O CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO
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1.
Tolezano J, Taniguchi H, Hiramoto R, Araújo M, Shaw J. DESAFIOS PARA O CONTROLE DA LEISHMANIOSE VISCERAL NO MUNDO EM TRANSFORMAÇÃO. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 2009 Oct. 22 [cited 2024 Jul. 18];68(Suplemento 1):BM-53. Available from: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/39564

Abstract

Nas últimas décadas a Saúde Pública tem sido desafiada a enfrentar novos e antigos problemas. Novas e antigas doenças, denominadas emergentes tem sido identificadas e, em ambas as situações apresentando elevado potencial de disseminação. Em várias partes do mundo, incluindo o Brasil, as leishmanioses enquadram-se nessa condição, seja pela expansão e disseminação dos focos de transmissão, seja pelo ressurgimento de autoctonia em regiões endêmicas antigas. Segundo a OMS 350 milhões de pessoas estariam em risco de aquisição de leishmaniose e, 12 milhões estariam infectados por Leishmania. A leishmaniose visceral(LV) é a forma clínica de maior gravidade apresenta elevada letalidade quando não tratada. De um padrão tipicamente de endemia rural de algumas regiões nordestinas a LV, presente em 21 estados brasileiros, transformou-se na principal endemia parasitária de centenas de pequenas, médias e grandes cidades do Brasil. Atualmente, são cada vez mais rápidas e globais as transformações paisagísticas; as transformações de hábitos, costumes e comportamentos. Dentre os fatores determinantes deste novo panorama sanitário destacam-se: • Aumento de migrações em decorrência de guerras e fome; • Ação antrópica sobre o ambiente com a diminuição de florestas; • Urbanização dos ciclos de transmissão de Leishmania; • Suscetibilidade do hospedeiro (desnutrição, imunidade); • Deslocamento passivo ou ativo de hospedeiros infectados; • Introdução de animais e populações humanas em focos enzoóticos; • Mega empreendimentos de engenharia; • Expansão do ecoturismo; • Mudanças climáticas interanuais e aquecimento global. Assim, o próprio homem ao intervir na natureza estabelece nichos ecológicos que favorecem a reprodução e dispersão de vetores e reservatórios naturais de Leishmania resultando em novos focos de transmissão e situações epidêmicas de LV, dificultando o controle e facilitando a disseminação. Os desafios de nosso tempo apontam para a necessidade de rápida identificação dessas situações; compreensão da dinâmica de circulação de Leishmania e desenvolvimento de estratégias adequadas do ponto de vista técnico-científico e operacional para o controle dessa leishmaniose.

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