ESTUDOS DO DESEMPENHO DE KITS ELISA-IgM PARA DENGUE - REVISÃO

Abstract

A dengue é a arbovirose mais incidente no mundo, com cerca de 50 a 100 milhões de casos anualmente. Metade da população mundial vive em áreas sob risco de infecção pelo vírus Dengue (DENV), sendo grande o impacto social e econômico da doença, determinado pelas altas taxas de morbidade e mortalidade. Nos últimos 5 anos, o Brasil foi responsável por cerca de 70% dos casos de dengue notificados nas Américas. A resposta imunológica em infecção primária é caracterizada por aumento progressivo de anticorpos IgM a partir do sexto dia de  oença,detectáveis por até 90 dias. Os anticorpos IgG aparecem em baixos títulos no final da primeira semana de início dos sintomas, atingem picos máximos em torno de 14 a 21 dias do início dos sintomas, depois declinam e permanecem detectáveis pelo resto da vida. Na infecção secundária, por outros sorotipos de Dengue e outros flavivírus, os títulos de anticorpos aumentam rapidamente, podendo não apresentar níveis detectáveis de IgM. Esse trabalho visa revisar estudos comparativos já realizados com kits comerciais para diagnóstico de dengue por meio de detecção de anticorpos da classe IgM. O ensaio MAC ELISA in house, é considerado padrão ouro para confirmação sorológica de infecções por Dengue. Porém a produção comercial de kits de ELISA (IgM e IgG) tem facilitado o diagnóstico, possibilitando a descentralização do diagnóstico, levando à agilidade nas atividades de profilaxia da transmissão. A avaliação de desempenho de kits baseada em um painel de soros de pacientes com dengue e controles mostraram que os kits comerciais apresentam sensibilidade variável de 96 a 100% para IgM e especificidade variando de 86 a 92%.