Abstract
Introdução: O Programa de Controle da Leishmaniose Visceral no Estado de São Paulo prioriza a identificação e eutanásia de cães soropositivos em regiões de transmissão. Objetivos: Avaliar a importância dos achados clínicos e do diagnóstico rápido IT-Leish
(rK39) para a identificação de cães infectados por L.(L.) chagasi no Estado de São Paulo. Metodologia: a) Realização de dois inquéritos caninos em intervalo de seis meses, executados simultaneamente em dois bairros do município de Bauru; b) Diagnósticos: clínico; IT-Leish DiaMed em sangue total em campo; RIFI (referência) e ELISA ambos em soro com kits BioManguinhos; etiológico: crescimento in vitro de Leishmania e PCR; c) recolhimento e eutanasia dos cães infectados. Resultados e Comentários: No primeiro inquérito foram identificados 11,7% (21/180) cães infectados, no segundo 6,2%(10/161). O IT-Leish foi positivo para 4,1%(14/341) dos animais e a sorologia convencional em 9,1%(31/341). Dada a especificidade do antígeno rK39 para
L.chagasi não pode ser descartada a possibilidade de infecção canina por outra espécie de Leishmania. A concordância entre os resultados do IT-Leish e a RIFI foi de 93,8%(320/341). O teste rápido reconheceu como infectados dois cães negativos na RIFI e ELISA. Sintomatologia compatível esteve presente em 60% dos cães positivos ao ITLeish. L. chagasi foi identificada por PCR. Entre os cães não infectados 21% apresentaram sintomatologia. A estratégia adotada neste estudo contribuiu com redução de cerca de 42% na sintomatologia entre os animais examinados no segundo inquérito. Todos os cães infectados foram recolhidos e eutanasiados em período entre 15 e 21 dias após a realização dos inquéritos. No intervalo de seis meses dezenas de outros cães sairam da coorte examinada e, 79 cães foram introduzidos nestas comunidades e destes 5,1%(4/79) infectados. Conclusões: A alta concordância entre os resultados obtidos no teste rápido em campo e os outros testes indica a utilidade de sua inclusão como teste
de triagem e para melhorar o controle da infecção canina. A inespecificidade das alterações clínicas não recomenda seu uso como parâmetro único para o diagnóstico da doença canina.
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