Abstract
As doenças causadas pelas micobactérias não tuberculosas (MNT) estão aumentando mundialmente, e manifestações anteriormente não reconhecidas estão sendo identificadas. O aprimoramento das técnicas laboratoriais está permitindo a identificação mais precisa das MNT, como também o reconhecimento de novas espécies, auxiliando o clínico na conduta terapêutica mais adequada. Com o objetivo de quantificar e qualificar a magnitude dessas doenças, foram levantados os dados das culturas de micobactérias recebidas no Instituto Adolfo Lutz, no período de Janeiro de 2008 a Abril de 2009, por meio de análise de banco de dados eletrônico. Neste período foram processadas 5.502 amostras, dentre as quais 3.967 (72%) foram identificadas como pertencentes ao complexo M. tuberculosis e 1.056 (19,19%) como MNT. As demais culturas apresentaram: contaminação (346-6%), material insuficiente (23-0,39%), outra espécie de bactéria (3-0,05%), ausência de crescimento após repique (61-1,10%), cultura mista (6-0,10%), identificação inconclusiva (3-0,05%) e ausência de crescimento no teste (37-1%). As espécies de MNT mais frequentes foram M. avium (209-3,80%), M. kansasii (139-2,50%), M. gordonae (90-1,63%), M. fortuitum (61-1,10%), M. abscessus / M. bolletii
/ M. massiliense (53-1%) e M. abscessus (52-1%). Duzentos e trinta culturas apresentaram resultados que não puderam ser identificados até o nível de espécie e foram agrupadas: 75 (1,40%) micobactérias de crescimento lento acromógena, 63 (1,14%) micobactérias de crescimento rápido acromógena, 56 (1,01%) micobactérias de crescimento lento escotocromógena, 29 (0,52%) micobactérias de crescimento lento fotocromógena, 6 (0,10%) micobactérias de crescimento rápido escotocromógena e 1 (0,01%) micobactéria de crescimento rápido fotocromógena. Também foram isoladas espécies com percentual menor que 1% e espécies mais raras, com um isolamento. Um total de 2.943 (53,49%) culturas foi recebido da Grande São Paulo, 2.098 (38,13%) do Interior, 284 (5,16%) do Litoral, 177 (3,21%) de outros estados. Quanto ao sexo, 4.075 (74,07%) são pacientes masculinos, 1.405 (25,54%) femininos e 22 (0,39%), sexo ignorado. Comparando com estudos anteriores as espécies mais frequentes permanecem as mesmas porém com alterações na porcentagem de isolamento.
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