SOROTIPOS DE SALMONELLA ISOLADOS NA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DOS LABORATÓRIOS REGIONAIS DO INSTITUTO ADOLFO LUTZ, NO PERÍODO DE 1998 A 2007

Abstract

A salmonelose continua a ser um sério problema de saúde pública no Brasil. A maior parte das pessoas infectadas apresenta diarréia, febre e cólicas abdominais 12 a 72 horas após a infecção. O gênero Salmonella possui 2501 sorotipos diferentes, sendo muitos deles responsáveis por infecções humanas graves que ocorrem esporadicamente ou em surtos. O objetivo deste estudo foi avaliar a distribuição dos sorotipos de Salmonella isolados no período de 1998 a 2007 nas regiões de abrangência de 9 dos 11 Laboratórios Regionais do Instituto Adolfo Lutz, compreendendo 496 municípios do Estado de São Paulo. A técnica de sorotipagem foi realizada de acordo com o esquema de Kauffmann-White, descrito por Popoff & Le Minor, 1992. No período em estudo foram isoladas 2130 cepas de Salmonella e destas, 2024 foram sorotipadas, revelando 66 sorotipos diferentes. Quanto ao material de origem, 1967 (92,3%) foram isoladas de fezes; 108 (5,1%) de sangue; 14 (0,7%) de líquor; 32 (1,5%) de urina e 9 (0,4%) de outros materiais. Dentre os sorotipos mais freqüentes destacam-se Salmonella Enteritidis (74,9%) e S. Typhimurium (5,9%), com maior número de isolados nos anos de 2000 (13,9%) e 2002 (17%), respectivamente. A faixa etária mais acometida foi a de 30 a 50 anos (21,6%). Ocorreram ainda 312 surtos causados por 13 sorotipos diferentes de Salmonella. Destes, 277 (89%) foram devidos a S. Enteritidis, com discreto aumento a partir de 2000 até 2001, voltando a subir em 2006. Os resultados apresentados salientam mais uma vez o grande número de casos devidos a S. Enteritidis e a necessidade de alertar a população sobre o consumo de ovos crus ou mal cozidos. Reafirmam ainda a importância da contínua vigilância laboratorial das salmoneloses e da sorotipagem das cepas na caracterização de sorotipos emergentes e dos principais causadores de infecções humanas.