Duelos microbianos: suscetibilidade de cepas de Acinetobacter baumannii a agentes antissépticos e desinfetantes

Abstract

Os biocidas são substâncias antimicrobianas utilizadas para destruir ou retardar microrganismos, seja em superfícies vivas (antissépticos) ou não vivas (desinfetantes). Essas substâncias são intensamente utilizadas em hospitais e auxiliam no controle da circulação de bactérias resistentes e exposição à infecção. Acinetobacter baumannii é um dos patógenos do grupo de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde e foi reconhecido em 2024 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos microrganismos de mais alto risco do mundo, devido a seu perfil de resistência a antimicrobianos e fatores de virulência causadores de doenças, que os auxilia na sua permanência nos mais diversos ambientes. Sendo assim, este estudo teve por objetivo avaliar o perfil de resistência aos antissépticos e desinfetantes de A. baumannii utilizando duas cepas (NCTC 13304 e nosocomial), a fim de estabelecer comparações. O experimento foi realizado em ágar Mueller-Hinton a partir do método de Kirby-Bauer ou difusão em ágar, onde se adicionou a suspensão bacteriana ajustada a uma concentração de 0,5 na escala McFarland. Os seguintes biocidas foram utilizados: clorexidina 2,0%, peróxido de hidrogênio (H2O2) 3%, álcool etílico 70%, hipoclorito de sódio 10% e produtos hospitalares como DMQ e GERMIRIO à base de quaternário de amônio e biguanida, além do PEROXY 4D à base de quaternário de amônio e peróxido de hidrogênio. Os achados mostraram semelhanças entre as duas cepas quanto à resposta das substâncias testadas. Entre os antissépticos, o peróxido de hidrogênio 3% apresentou melhor efeito sobre ambas as cepas, seguido de clorexidina 2,0% e álcool 70%. Dentre os desinfetantes, o PEROXY 4D apresentou o melhor resultado, seguido de GERMIRIO, DMQ e hipoclorito de sódio 10%. Tais monitoramentos são cruciais para mitigar a disseminação de microrganismos resistentes e melhorar a segurança nos ambientes de assistência à saúde.