Estratégia de políticas públicas no controle e prevenção de infecções hospitalares causadas por bactérias resistentes aos carbapenêmicos

Abstract

A resistência antimicrobiana aos carbapenêmicos é uma ameaça global associada a surtos hospitalares, levando ao isolamento de contato e ao tratamento prolongado. Como objetivo, este estudo comparou os resultados do GeneXpert Carba-R na detecção de bla_KPC, bla_NDM, bla_VIM, bla_IMP e bla_OXA-48 com a cultura bacteriana utilizando placas de ágar cromogênico para produtores de carbapenemases e teste de suscetibilidade antimicrobiana seguido de PCR multiplex para detecção de genes (bla_KPC, bla_NDM, bla_VIM, bla_IMP, bla_OXA-48, bla_SPM, bla_BKC, bla_OXA-23-like e bla_OXA-51-like) e identificação de complexos clonais (CC) em Acinetobacter baumannii. Foram incluídos neste estudo 187 pacientes: 83 do sexo feminino e 104 do sexo masculino, com idade entre 21 e 86 anos. A maioria deles internados na unidade de terapia intensiva (120). Foram realizados 195 testes: swabs retais de vigilância (93), urina (44), swabs retais de vigilância e urina (8), secreção pulmonar (24) e outros sítios (18). A cultura convencional detectou bactérias não suscetíveis a carbapenêmicos (n = 63): A. baumannii (31), Klebsiella pneumoniae (27), Pseudomonas aeruginosa (4) e Providencia rettgeri (n = 1). De acordo com o Xpert Carba-R, a maioria dos pacientes positivos apresentou bla_BKC (n = 25), porém 117 dos 187 foram relatados como não detectados (ND). Dos 31 resultados, Xpert ND com crescimento de A. baumannii em cultura, foi observada a prevalência de bla_OXA-23 e bla_OXA-51/CC-02 (15 pacientes), um paciente teve bla_OXA-23 e bla_OXA-51/CC-15, três pacientes tiveram bla_OXA-23 e bla_{OXA-51/CC-inconclusivo}, entre outros perfis. Observamos que a detecção precoce de isolados produtores de carbapenemases no ambiente hospitalar por meio do teste Xpert Carba-R em 50 minutos serve como guia para planejamento de políticas públicas. Contudo, a sua detecção está limitada a cinco genes; portanto, ainda há necessidade de manter o desempenho dos métodos fenotípicos “padrão ouro”, como cultura e antibiograma, para evitar falso-negativos; e testes genotípicos adicionais seriam extremamente valiosos para estudos epidemiológicos complementares.