Resumen
No presente trabalho, o autor faz considerações sobre a fraude do café em todos os recantos do Globo e em todas as épocas. Cita as modalidades de fraude do café em grão e em pó e, bem assim, os meios para reconhecê-las. Refere-se ao problema da casca do café como principal substância na fraude do produto industrializado dos países cafeicultores e ao "Método microscópico para contagem de cascas no café em pó", estudado na Secção de Microscopia Alimentar do Instituto Adolfo Lutz, que possibilitou a extinção desta fraude na Capital paulista e a sensível melhora do produto no interior do Estado. Faz um estudo químico e microscópico do café em pó para a determinação das fraudes, baseado em análises de rotina do Instituto Adolfo Lutz e sugere a inclusão de algumas necessárias exigências no nosso futuro Código Bromatológico. Menciona os sucedâneos do café permitidos e usados em várias nações e a relação constante do Decreto-lei n.o 1.996 de 1-2-40, que proíbe, taxativamente, o uso de tais substâncias em todo o território brasileiro. Trata, de um modo especial, do exame microscópico do café e das substâncias geralmente utilizadas na fraude do produto entregue ao consumo público, no Estado de S. Paulo. Apresenta uma série de desenhos originais, de sua autoria, nos quais a substância estudada tem os seus elementos histológicos mais característicos, reunidos em um só campo microscópico, com o aumento de 400 x e faz, com os necessários esclarecimentos, a sua respectiva descrição. Espera, com a apresentação deste trabalho, ter contribuído com uma parcela mínima de luz aos inúmeros problemas bromatológicos da rubiácea, que ainda aguardam solução e que, na terra líder da produção mundial do café, deviam já estar atualizados para atender às constantes consultas recebidas por parte de interessados, não só de Estados brasileiros, como de vários países sul-americanos e de outros continentes.
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