Resumen
A tentativa de padronização de alguns parãmetros que envolvem a realização do xenodiagnóstico, levou os autores do presente trabalho a estudarem a influência do tempo de jejum e da temperatura de criação em laboratório sobre a evolução do T. cruzi em Triatoma infestans, assim como, sobre a própria evolução dos estádios ninfais destes artrópodes. Estudaram também, a quantidade de sangue ingerido por tais insetos quando mantidos em diferentes temperaturas e períodos de jejum. Foram utilizados quatro lotes de 50 ovos cada. Os lotes 1 e 2 foram mantidos em temperatura constante (28°C ± 2) e umidade relativa do ar de 70-80%; os lotes 3 e 4 ficaram em temperatura ambiente (19-3l0C), variando a umidade livremente de acordo com as condições climáticas. Os lotes de números ímpares tiveram repastos quinzenais e os lotes de números pares, repastos mensais. Entre o 3.° e o 4.° estádios evolutivos, os barbeiros tomaram repasto contaminado com T. cruei. Observou-se que a temperatura influiu no tempo de eclosão e desenvolvimento, que foi maior em temperatura ambiente. Quanto ao jejum, verificou-se que tem uma importância menos acentuada sobre a evolução dos triatomíneos, porém, influiu decisivamente na mortalidade e na infectividade, pois, quanto maior era o tempo de abstinência de alimento, menor a quantidade de sangue sugado.
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