DETECÇÃO DA TRANSMISSÃO DE LEISHMANIOSE VISCERAL NA REGIÃO DE JALES – SP (GVE XXX), 2008-2009

Resumen

A Leishmaniose constitui uma das seis doenças prioritárias para a Organização Mundial da Saúde, quanto às metas de controle e erradicação. O objetivo deste estudo foi descrever a Leishmaniose Visceral (LV) em amostras caninas na região de Jales, no período de julho de 2008 a junho de 2009, consolidando dados das fichas de investigação, registros laboratoriais e inquéritos. Foram realizados exames parasitológicos diretos de amostras de aspirados de linfonodo e teste imunológico em amostras de sangue pela reação de imunofluorescência indireta (RIFI) – kit Biomanguinhos / Fiocruz, no Instituto Adolfo Lutz de São José do Rio Preto, que é referência regional para este agravo. Foram analisadas, no total, 247 amostras caninas pelo exame parasitológico direto com detecção de Leishmania sp em 82 (33,2%) amostras procedentes de Jales, 26 (10,5%) de Urânia, 2 (0,8%) de Palmeira D”Oeste e 1 (0,4%) de Santa Fé do Sul. Em setembro de 2008 teve início o Inquérito Focal canino pela técnica sorológica de RIFI. Foram analisadas 301 amostras de Jales e 98 de Urânia, com 63 (20,9%) e 34 (34,7%) amostras positivas, respectivamente. O Inquérito Censitário canino teve início em fevereiro de 2009, está em andamento, com os seguintes dados parciais: 1058 amostras de Jales, sendo 257 (24,3%) positivas e 82 (7,8%) inconclusivas e 887 amostras de Urânia, sendo 115 (13,0%) positivas e 59 (6,6%) inconclusivas. De julho de 2008 a janeiro de 2009 foram detectados casos autóctones de LV canina nos municípios de Jales, Urânia, Palmeira D”Oeste e Santa Fé do Sul, nos quais foi identificado, por meio de técnicas moleculares, a ocorrência da espécie
Leishmania chagasi. Em 2008, foram registrados 2 casos de LV humana em Jales e, em 2009, 3 casos em Jales e 1 em Urânia. A confirmação laboratorial da doença foi importante para desencadeamento de ações de vigilância epidemiológica e controle.