IMPORTÂNCIA DE REPIQUE PARA RECUPERAÇÃO DE CEPAS DE Mycobacterium tuberculosis COM RESULTADOS INVIÁVEIS NO TESTE DE SUSCEPTIBILIDADE PELO MÉTODO AUTOMATIZADO BACTEC MGIT 960

Resumen

O teste de susceptibilidade (TS) para cepas de Mycobacterium tuberculosis é uma ferramenta recomendada pelo Programa Nacional de Controle da Tuberculose. O Setor de Micobactérias do Instituto Adolfo Lutz (IAL) realiza o TS pelo sistema automatizado BACTEC MGIT 960, que permite testar os antimicrobianos utilizados no tratamento da tuberculose (estreptomicina, isoniazida, rifampicina e etambutol). Os resultados dos testes são observados entre 4 a 12 dias após incubação. Os TSs que se encerram com mais de 12 dias são considerados como cepas inviáveis (erro 200). O não crescimento destas cepas no TS é um fator preocupante, pois entre elas podem estar incluídas cepas resistentes, inclusive multidroga-resistentes (MDRs). O objetivo do trabalho foi realizar um levantamento das cepas cujos resultados do TS liberados pelo aparelho BACTEC MGIT 960 foram erro 200 e avaliar a necessidade de repique para recuperação destas e realização de um novo TS. Para tal levantamento foram analisados os relatórios emitidos pelo aparelho e livro de resultados do setor no período de outubro de 2006 a dezembro de 2008. Neste período, 280 cepas tiveram como resultados no TS erro 200. Destas, 247 (88%) foram repicadas, sendo que 181 (73%) cresceram após o repique. Os TSs dessas 181 cepas resultaram em 123 cepas (68%) sensíveis e 58 (32%) resistentes a pelo menos um antibiótico. Do total das 58 cepas resistentes, 20 (35%) foram MDR. As cepas que tiveram resultado erro 200 pelo aparelho BACTEC MGIT 960 não estão necessariamente inviáveis, uma vez que foi obtida alta taxa de recuperação. Dentre estas, foi observado um elevado percentual de resistência e isto demonstra a importância de repique e repetição do TS destas cepas.