Neisseria meningitidis – DIGNÓSTICO LABORATORIAL E ESTUDO RETROSPECTIVO

Resumen

O objetivo deste estudo foi avaliar a ocorrência de casos de meningite bacteriana na área de abrangência do Instituto Adolfo Lutz de Ribeirão Preto e identificar a prevalência da Neisseria meningitidis (N.M.) nos diferentes métodos clássicos de diagnóstico laboratorial. Foi realizado um estudo retrospectivo, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2008, dos casos suspeitos de meningite bacteriana de pacientes internados em hospitais dos municípios de Ribeirão Preto, Franca, Barretos e Araraquara. Foram estudadas 1267 amostras diagnosticadas através dos métodos de bacterioscopia direta (Gram), cultura, contraimunoeletroforese (CIE) e hemocultura. Das amostras analisadas 327 foram positivas em pelo menos um dos métodos realizados, sendo 57 (17,43%) N.M., 45 (13,76%) Streptococcus pneumoniae, 05 (1,53%) Haemophilus influenzae, 62 (18,96%) Staphylococcus sp, 62 (18,96%) bacilo Gram negativo, 70 (21,41%) outros agentes etiológicos e 26 (7,95%) com mais de um microrganismo. Das 57 N.M., o sorogrupo “C” foi diagnosticado em 73,68% dos casos, com predomínio de N.M. sorotipo 23 e subtipo P1.14-6, o sorogrupo “B” em 24,56%, predominando N.M. sorotipo 4,7 e subtipo P1.19,15 e não sorogrupada 1,75%. O maior número de casos de N.M. foi observado em crianças menores de 4 anos e adultos maiores de 20 anos. A análise individual de cada método mostrou que a N.M. foi positiva na bacterioscopia em 13 casos, na cultura do líquor em 40, na hemocultura em 13 e na CIE em 20 casos, lembrando que, em alguns casos, ocorreu positividade em mais de um método realizado. A meningite meningocóccica causa grande impacto psicológico devido ao grande número de óbitos e/ou seqüelas que produz. O emprego de diferentes metodologias favorece o diagnóstico mais preciso dos agentes causadores de meningites bacterianas. Com a definição do agente etiológico é possível utilizar tratamentos e vacinas eficazes que permitam o controle efetivo deste agravo.