PERFIL DE RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS DAS CEPAS DE SALMONELLA SP ISOLADAS DE ALIMENTOS PELO LACEN-BA NO ANO DE 2008

Resumen

A emergência da resistência aos antimicrobianos por bactérias patogênicas tem despertado a preocupação dos órgãos de saúde pública que vêm trabalhando para alertar sobre o uso indiscriminado de antibióticos, visando a sensibilização para o uso racional destes princípios ativos. O nível de resistência dos microrganismos varia em função das diferenças epidemiológicas e geográficas e é influenciado pelas práticas de utilização de antimicrobianos principalmente nos animais produtores de alimentos. O objetivo deste trabalho foi avaliar o perfil de resistência das cepas de Salmonella sp a 12 antimicrobianos. O LACEN-Ba encaminhou à Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, no ano de 2008, 10 cepas de Salmonella sp, isoladas de amostras de alimentos para sorotipagem e realização do perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos através do teste de difusão em disco (Kirby-Bauer), seguindo os critérios determinados pelo Clinical Laboratory Standard Institute. Foram testados os seguintes antibióticos: cloranfenicol, cefoxitina, ceftriaxona, ciprofloxacina, ampicilina, gentamicina, ácido nalidíxico, imipenem, nitrofurantoína, amicacina, tetraciclina, sulfametoxazol-trimetroprim e colistina. Das 10 cepas analisadas, cinco (50%) apresentaram resistência a pelo menos um antimicrobiano e destas, duas foram resistentes a dois e uma cepa a três antibióticos. Quatro (40%) cepas foram sensíveis a todos os princípios testados e uma (10%) teve sensibilidade intermediária a um antibiótico. A nitrofurantoína foi o
antimicrobiano para o qual as cepas apresentaram maior perfil de resistência, seguida pelo ácido nalidíxico e pela tetraciclina. Houve uma cepa com padrão intermediário de susceptibilidade à nitrofurantoína. Observou-se neste estudo um elevado percentual de cepas de Salmonella resistentes a antimicrobianos. Este achado enfatiza a necessidade de adoção do uso racional de antimicrobianos, principalmente nas atividades pecuárias, para evitar o desenvolvimento resistência entre microrganismos patogênicos e a propagação dos genes responsáveis pela transmissão desta característica.