Vírus T linfotrópico (HTLV) no estado do Pará: dados da testagem no Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN-PA) no período de 2022 a 2024

Resumen

O HTLV é um retrovírus, que integra o ácido nucleicoviral ao genoma da célula infectada, os principais são HTLV 1/2, presentes em linfócitos infectados nos fluidos corpóreos, possibilitando a disseminação pelo organismo humano através de transfusões de sangue, compartilhamento de seringas, relações sexuais e transmissão vertical. O Pará apresenta epidemiologia relevante da infecção pelo HTLV-1/2, uma das maiores prevalências (0,6%) do vírus no Brasil. Em Belém, estudos indicam taxa de infecção significativa e o HTLV-2 foi detectado em populações indígenas e urbana apontando para uma possível miscigenação do vírus na região. O Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN-PA) em 2022 disponibilizou o diagnóstico sorológico do HTLV-1/2 e encaminhou as amostras reagentes para confirmação diagnóstica por Western Blot (WB) a um centro colaborador. Considerando a epidemiologia local e recomendações do Ministério da Saúde, objetivamos ofertar para população o diagnóstico precoce, redução da transmissão vertical, e caracterizar infecções do HTLV-1/2. Em 2022, LACEN-PA realizou 176 enzimaimunoensaios, 5 (2,85%) reagentes, (2) Belém, (1) Rio Maria, (1) Santarém, (1) Tucuruí e 171 (97,16%) não reagentes. Em 2023 449 testes, sete (1,56%) reagentes (4) Belém, (1) Rio Maria, (2) Parauapebas; das amostras reagentes sete são HTLV-1 confirmadas por WB e 442 (98,44%) não reagentes. No primeiro semestre de 2024 executou-se 356 enzimaimunoensaios, 12 (3,37%) reagentes, três testes foram repetidos em amostras coletadas em outro período (5) Belém, (1) Breu Branco e (6) Tucuruí, das amostras reagentes (2) HTLV1 e (4) HTLV-2 pelo WB, e 344 (96,63%) não reagentes. Destacamos aumento significativo no número de testagens realizadas no período analisado, a detecção em amostras de diversas localidades do estado, demonstrando a importância de disponibilizar e ampliar o diagnóstico, a testagem tem impacto na condução clínica do paciente, no bloqueio das vias de transmissão, no tratamento de comorbidades associadas ao HTLV e aconselhamento aos infectados, resultando na melhoria na qualidade vida.