Resumen
O Núcleo de Meningites, Pneumonias e Infecções Pneumocócicas (NMPI) do Instituto Adolfo Lutz (IAL) é Laboratório de Referência Nacional para Doença Pneumocócica Invasiva (DPI) e realiza o monitoramento laboratorial dos isolados invasivos de S. pneumoniae (Spn). Este estudo apresenta os dados de sorotipagem e susceptibilidade aos antimicrobianos dos isolados de Spn recebidos entre 2018-2023. Os sorotipos de Spn foram determinados pela combinação das metodologias de Quellung, aglutinação em látex e multiplex-PCR. A suscetibilidade aos antimicrobianos foi determinada seguindo recomendações do Comitê Brasileiro de Teste de Sensibilidade aos antimicrobianos para penicilina, ceftriaxona, eritromicina, sulfametoxazol-trimetoprima, clindamicina, levofloxacina, rifampicina, tetraciclina e vancomicina. Nos anos de 2018-2023 o NMPI recebeu 5.055 Spn e os sorotipos prevalentes foram 19A (n = 1.159, 22,9%), 3 (n = 594, 11,7%) e 6C (n = 352, 6,9%). A resistência para Spn dos casos de meningite foi de 44,4% (n = 372/838) e 20,4% (n = 171/838) e dos casos de infecções não-meníngeas de 18,1% (n = 403/2.230) e 0,3% (n = 7/2.230) para penicilina e ceftriaxona, respectivamente. Entre os 1244 isolados que apresentaram CIM para penicilina ≥ 0,125 mg/mL, interpretada como resistente no quadro clínico meningite, destacam-se os sorotipos 19A (n = 710, 57,1%) e 6C (n = 153, 12,3%). Nos demais antimicrobianos foi observado uma resistência de 46,1% (n = 1.416/3.071) a eritromicina, 43,9% (n = 1.346/3.068) a tetraciclina, 41,1% (n = 1.262/3.071) ao sulfametoxazol-trimetoprima, 35,4% (n = 1.085/3.066) a clindamicina, 1,3% (n = 40/3.061) a rifampicina e 0,1% (n = 2/3.065) a levofloxacina. Todos Spn foram suscetíveis à vancomicina. O monitoramento laboratorial realizado pelo NMPI revelou a prevalência de sorotipos 19A e 6C, associados à resistência antimicrobiana, e o sorotipo 3, todos ausentes na vacina pneumocócica 10-valente utilizada no programa nacional de imunização. Altas taxas de resistência foram observadas para eritromicina, tetraciclina, sulfametoxazol-trimetoprima e clindamicina. O monitoramento laboratorial dos isolados invasivos de Spn no Brasil é fundamental para suporte dos dados epidemiológicos locais, fornecendo base para o planejamento de ações para introdução de novas formulações vacinais e medidas de controle ou tratamento da DPI.
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