Contribuição da cultura, teste de aglutinação do látex e PCR na confirmação laboratorial de casos de meningite bacteriana no estado de São Paulo no período de 2014 a 2023

Resumen

A meningite bacteriana (MB) apresenta alta morbimortalidade, sendo Neisseria meningitidis (Nm), Streptococcus pneumoniae (Spn) e Haemophilus influenzae (Hi), os patógenos mais comumente associados à doença. O diagnóstico laboratorial da MB compreende o uso de diferentes métodos, sendo cultura, teste de aglutinação de látex e PCR, os mais utilizados. O trabalho teve como objetivo avaliar o uso das metodologias de cultura, látex e PCR na confirmação laboratorial de casos de MB causados por Nm, Spn ou Hi no estado de São Paulo, no período de 2014 a 2023. O estudo foi baseado na análise de dados de casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) obtidos do banco público de dados do SINAN-NET, empregando-se os seguintes filtros: períodos disponíveis; UF de notificação (SP); etiologia; critério de confirmação. No período analisado, foram notificados 7.805 casos de MB causados por Nm (47,4%), Spn (46,5%) e Hi (6,1%). A cultura foi responsável pela confirmação de 35,2% dos casos, látex por 8,4% e PCR por 41%. Estratificando por agente etiológico, observamos que cultura, látex e PCR foram responsáveis pela confirmação de 27,9%; 7,2% e 35,6% dos casos de doença meningocócica; 41,8%, 10% e 45,2% de meningite pneumocócica e 41,4%, 5,6% e 50% de meningite por Hi, respectivamente. Observou-se aumento da proporção de casos confirmados por PCR, que passou de 25,9% em 2014 para 57,9% em 2023. Os dados do presente trabalho demonstraram que a maioria dos casos de MB causados pelos três agentes foi confirmada por critérios laboratoriais (84,5%), sendo cultura e PCR, os métodos mais empregados. A confirmação laboratorial da MB é importante, pois permite a identificação correta do agente bacteriano e sua frequência em uma região, contribuindo para ações da Vigilância Epidemiológica no controle e monitoramento da doença.