Análise situacional da Leishmaniose Visceral Canina na região noroeste do estado de São Paulo

Resumen

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma enfermidade que, apesar dos esforços de controle, continua sendo um problema de Saúde Pública. Em áreas consideradas endêmicas são necessários estudos a fim de conhecer fatores ligados à circulação e expansão da doença. Dentre esses, é importante a avaliação do diagnóstico da LVC que vêm sendo realizado nos municípios, pois os resultados do diagnóstico são instrumentos de tomada de decisão para ações de vigilância no controle da Leishmaniose Visceral (LV). O objetivo desse estudo foi realizar uma análise situacional do diagnóstico da LVC nos 40 municípios abrangidos pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) II de Araçatuba, região noroeste do estado de São Paulo, no período de 2019 a 2021. Os dados foram obtidos por meio de levantamento de resultados de amostras que entraram para diagnóstico da LVC no CLR IAL de Araçatuba I pelo Sistema de Informação e Gestão Hospitalar (SIGH). Dos 40 municípios 21 (52,5%) realizaram o inquérito canino anualmente, oito (20%) esporadicamente e 11 (27,5%) não realizaram, sendo que destes 11, cinco são classificados epidemiologicamente com transmissão canina e seis com transmissão canina e humana. No período do estudo dos municípios que realizaram inquérito canino, esporadicamente somente um apresentou caso de Leishmaniose Visceral Humana (LVH), enquanto que os municípios que não realizaram inquérito não apresentaram casos. Quanto à cobertura da realização do inquérito canino planejado anualmente, dos 21 municípios, cinco (23,8%) atingiram acima de 75%, oito (38,1%) atingiram de 50 a 75% e oito (38,1%) a cobertura foi menor que 50%, sendo registrados casos de LVH em 13 desses municípios. Esses dados revelam a fragilidade que os municípios apresentam no controle dos reservatórios, de maneira que dificulta a tomada de decisão pelos gestores para proporcionar melhorias na vigilância da LVC e consequentemente no controle dos casos de LVH.