AVALIAÇÃO DE ADSORVENTES PARA REMOÇÃO DE MICOTOXINAS

Resumo

Micotoxinas são metabolitos secundários tóxicos produzidos por fungos filamentosos potencialmente perigosos à saúde humana e animal. A contaminação de produtos agrícolas por micotoxinas pode ocorrer no campo, colheita ou durante o armazenamento. A “Food and Agricutture Organization” (FAO) estima que 25 % de todos os grãos produzidos no mundo estão contaminados por micotoxinas. Em 2001, 25 milhões de toneladas de grãos da safra brasileira estavam contaminados por micotoxinas. Além dos riscos à saúde, a ocorrência natural de micotoxinas em produtos agrícolas provoca perdas econômicas para diversos setores, incluindo os produtores, criadores de animais e aves, bem como processadores de alimentos e rações. Novos métodos de detoxificação foram desenvolvidos a fim de remover, destruir ou reduzir os efeitos tóxicos das micotoxinas. Tendo em vista a importância da estratégia de prevenção para minimizar os riscos da exposição humana e animal, os principais métodos de
detoxificação foram revisados. Adsorventes orgânicos, polímeros à base de carbono, são considerados bons descontaminantes devido à sua biodegradabilidade e eficácia com baixas inclusões, sem produzir resíduos tóxicos. Resultados satisfatórios da capacidade do Glucomanano (polímero de unidades de glicose extraído da parede celular de leveduras) em adsorver diferentes micotoxinas têm sido demonstrados com inclusões que variam de 0,005-0,05%. Os adsorventes inorgânicos, polímeros à base de sílica, são amplamente utilizados devido ao seu baixo custo e fácil manipulação. No entanto, a especificidade do Aluminossilicato de cálcio e sódio hidratado (HSCAS) e da Bentonita Sódica a poucas micotoxinas (principalmente a aflatoxina B1) e os altos níveis de inclusão para obtenção de resultados satisfatórios são fatores limitantes na utilização desses adsorventes.