Resumo
A identificação de Aspergillus spp. oriundos de pacientes com Aspergilose Pulmonar é realizada através de técnicas micológica tradicionais como, cultura positiva, análise morfológica e sorológica. Uma alternativa que vem sendo utilizada é Matrix-Assisted Laser Desorption/Ionization-Time-of-Flight Mass Spectrometry (MALDI-TOF MS), por ser considerada um metodologia econômica no preparo das amostras, rápida na liberação de resultados e possui a capacidade de melhorar a conduta do médico no tratamento da Aspergilose. Quarenta e seis isolados de Aspergillus spp., coletados de pacientes com Aspergilose Pulmonar Crônica e Aspergilose Invasiva Aguda tratados no Hospital das Clínicas-Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo, foram submetidos à identificação por MALDI-TOF MS utilizando a plataforma Bruker Microflex LT/SH® e espectros analisados nos bancos de dados espectral Filamentous Fungi 4.0 (Bruker) e MSI 2.0 (BCCM/IHEM). O método de extração proteica foi realizado conforme a literatura. As análises geradas pelos bancos foram correlacionadas com os dados de sequenciamento do gene benA (ß-tubulina). Sendo que, no sequenciamento, dos 46 isolados, 45,65% (21) correspondeu às seções Flavi e Fumigati, e 4,34% (2) correspondeu às seções Nigri e Terrei. Enquanto no banco de dados Bruker, 47,82% (22) correspondeu à seção Fumigati; 41,30% (19) à seção Flavi, 4,34% (2) à seção Nigri, 2,17% (1) à seção Terrei e 2 não foram identificados. E no MSI, a identificação correspondeu com a porcentagem do sequenciamento em termos de seção, mas, para alguns isolados, divergiu na espécie. Correlacionando o sequenciamento e MALDI-TOF MS, afirmamos que o MSI 2.0 teve uma acurácia na identificação de 68,1%, o que não foi observado no banco da Bruker. Com estes resultados, há evidências que o banco de dados utilizado na identificação de Aspergillus influenciou na determinaçã de espécies. Portanto, além das diferenças de eficácia dos bancos, a utilização do sequenciamento de benA e os espectros analisados no MSI 2.0 (identificação presuntiva) poderá ser uma ferramenta importante para a identificação de Aspergillus.
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