Caracterização dos arbovírus emergentes diagnosticados no Laboratório Central do Estado do Pará no ano 2024

Resumo

Registros recorrentes de epidemias por arboviroses em diversas regiões do estado do Pará caracterizam cenários de constantes problemas na saúde pública. A presença, a adaptação ambiental e climática do vetor Aedes aegypti, o perfil da circulação viral e a dinâmica de deslocamento populacional, contribuem para a permanência dos ciclos. Esta caracterização tem como objetivo identificar a circulação viral dos arbovírus emergentes nas diferentes regiões do estado do Pará. Entre as Semanas Epidemiológicas 1 a 27, foi confirmada pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Pará-LACEN/PA, 2.309 amostras positivas para Arboviroses, distribuídas nas mesorregiões (Baixo Amazonas; Marajó; Metropolitana de Belém; Nordeste Paraense; Sudeste Paraense e Sudoeste Paraense), sendo 2.226 para Dengue, 72 para Oropouche, 5 para Chikungunya, 5 para Mayaro e 1 para Febre Amarela, pelos métodos de RT-PCR em tempo real. A taxa de detecção laboratorial foi de 37,55 % segundo os dados do GAL até a última semana do mês de junho, com o dengue representando a maior taxa de 36,20%, distribuídos entre os sorotipos 1, 2 e 3, com predomínio do sorotipo 1 e disseminação acelerada do sorotipo 2. Para o vírus dengue as amostras sequenciadas através de NGS identificaram os genótipos V para o sorotipo DENV-1, cosmopolita para o sorotipo DENV-2 e o III para o sorotipo DENV-3. A taxa de não detecção foi elevada em torno de 62,44% das amostras analisadas. A importância da ampliação do diagnóstico laboratorial por biologia molecular, baseados em dados fidedignos e tempo de coleta de amostras biológicas oportunas é crucial para o êxito dos resultados precisos, necessários para se entender a dinâmica de circulação viral e seus riscos potenciais, contribuindo para o direcionamento de tomada de medidas de prevenção e controle das ações de saúde pública.