Diagnóstico laboratorial de coqueluche no Brasil: panorama da cultura e PCR em tempo real no período de janeiro de 2010 a junho de 2024
PDF

Palavras-chave

Bordetella pertussis
Coqueluche
Diagnóstico Laboratorial

Como Citar

1.
Polatto R, Bertani A, Santos L, Martins LM, Pereira JC, Leite D. Diagnóstico laboratorial de coqueluche no Brasil: panorama da cultura e PCR em tempo real no período de janeiro de 2010 a junho de 2024. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 3º de novembro de 2024 [citado 5º de fevereiro de 2025];83:e40622. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/41167

Resumo

Bordetella pertussis é o agente causal da coqueluche, doença infecciosa aguda, que acomete o trato respiratório de humanos. A coqueluche permanece endêmica e ciclos epidêmicos ocorrem a cada 3-5 anos. No Brasil, os casos suspeitos de coqueluche são confirmados por critérios clínicos, epidemiológicos ou laboratoriais, quemse baseiam no isolamento de B. pertussis pela cultura da secreção nasofaríngea e/ou pela reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR). O objetivo foi descrever os resultados da cultura/qPCR, em amostras analisadas no Instituto Adolfo Lutz – Laboratório de Referência Nacional para Coqueluche no Brasil. De janeiro de 2010/junho de 2024, foram analisados 38.031 swabs de nasofaringe. As amostras foram cultivadas em ágar Regan-Lowe (sangue de cavalo e cefalexina) e incubadas a 35-37 °C por dez dias. A qPCR foi realizada no termociclador Applied BiosystemsTM 7500 Fast Real-Time PCR, utilizando iniciadores/sondas específicas para o gene da toxina ptxS1 e do elemento de inserção IS481. Das amostras analisadas, 4.127 (11%) foram positivas por qPCR e/ou cultura para B. pertussis; 1.332 (3,5%) foram positivas por cultura e qPCR; 3.873 (10,2%) foram positivos apenas por qPCR e 254 (0,66%) apenas por cultura. A maior positividade por qPCR foi em 2014, considerado ano epidêmico, com 1.074 amostras, enquanto os anos de 2020 a 2022 totalizaram 26 amostras positivas no período. O ano de 2024 vem mostrando uma tendência de aumento de casos, com 28 amostras positivas por qPCR até o fim de junho. Em 2020, 2021 e 2022 houve uma queda expressiva de casos de coqueluche o que pode estar relacionado com a pandemia de COVID-19, onde houve recomendações de medidas de isolamento social e sobrecarga dos serviços de saúde, impactando na dinâmica da doença e nas notificações de casos suspeitos. O aumento da positividade em 2024 pode estar relacionado com os ciclos epidêmicos da doença.

PDF
Creative Commons License
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.

Copyright (c) 2024 Ricardo Polatto, Amanda Bertani, Lilian Santos , Luciano Moura Martins , Juliana Cristina Pereira , Daniela Leite

Downloads

Não há dados estatísticos.