Exame bacteriológico de fezes
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Como Citar

1.
Pestana BR, Faraco MJ. Exame bacteriológico de fezes. Rev Inst Adolfo Lutz [Internet]. 31º de janeiro de 1942 [citado 5º de novembro de 2024];2(2):269-87. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/RIAL/article/view/33094

Resumo

Das experiências feitas comparativamente com os meios de enriquecimento, caldo de hipossulfitos, segundo modificações de Shäffer e Kauffmann e a solução de glicerina, verificaram os autores que o melhor método de preservação e enriquecimento é o da glicerina, pois com este obtiveram 42,1% de resultados positivos, enquanto que com o meio de Shäffer, 31,1%. A glicerina comparada com o meio de Kauffmann deu 31,4% de resultados positivos para a glicerina e 14,5% para o meio de Kauffmann. A glicerina experimentada comparativamente com o meio de selênio F. de Leifson, revelou-se melhor para o isolamento da Eberthella typhosa, pois obtiveram com a glicerina 12,2% de resultados positivos, enquanto que com o meio F. somente 10,3% de resultados positivos. Foi verificado o efeito da temperatura nos métodos de glicerina, tendo sido observado que a temperatura de 20° é melhor que a de 37°. Uma segunda semeadura após 24 horas é de grande vantagem, pois verificaram um aumento de 12,2% nos resultados obtidos. Como meio de isolamento foi usado Drigalsky, Endo, o meio de bismuto de Wilson e Blair, ágar desoxicolato de sódio-citrato (Leifson), ágar e eosina e azul de metileno de Teague e Churman e o meio de ágar ácido rosólico, aconselhado por Rangel Pestana e Calazanas. O meio de ágar-desoxicolato-citrato é estudado comparativamente com os meios de ágar-ácido rosólico (Calazanas e Pestana) e ágar-eosina-azul de metileno (Holt, Harris e Teague). Conclui-se ser o meio de ágar-desoxicolato-citrato um bom meio para o isolamento dos tipos de Shigella para-dysenteriae Hiss Roussell e Flexner, sendo, entretanto necessário o emprego de outros meios diferenciais para- que não sejam falhos os resultados do diagnóstico bacteriológico das disenterias. Como meio de identificação usaram o tríplice açúcar de Krumwiede, e a modificação aconselhada por Klinger. Recomendam o meio semissólido de Hiss, cuja fórmula modificada é usada no Instituto Bacteriológico de São Paulo, adicionado de carboidratos para
a identificação dos germes isolados, preferido como indicador o ácido rosólico. A identificação adotada foi a classificação do Bergey's Manual of Determinative Bacteriology, quarta edição, 1934. Das 9.810 fezes examinadas, 6.719 eram de pessoas com perturbações intestinais e 3.091 provenientes de fezes enviadas para pesquisa de portadores. Os quadrados no 1 e 2 demonstram os resultados obtidos pelos autores em 9 anos de trabalho (1932 a 1940). No gênero Shigella, a Shigella dysenteriae (Shiga) foi encontrada 112 vezes e a Shigella ambígua, 53. No grupo das Shigellas para-dysenteriae, das três variedades admitidas por Bergey, foram encontradas as seguintes: Hiss Roussell (764 cepas) e Flexner (256 cepas). A variedade Strong não foi encontrada pelos autores, durante o tempo em que foram feitas as pesquisas. A espécie mais encontrada foi a Shigella para-dysenteriae variedade Hiss-Roussell, 11,3% e depois a Flexner, com 3,8% calculadas para o total de fezes examinadas (6.719). No grupo Shigella alkalescens dispar foram incluídas todas as espécies que não fermentaram a lactose e que funcionaram na série de Hiss do mesmo modo, só se diferenciando pelo leite tornesolado. No grupo Shiqella sonne, estão reunidos todos os fermentadores da lactose, segundo a classificação de Bergey e aguardam uma identificação mais demorada e um estudo a respeito das espécies aí agrupadas. No gênero Salmonella, estão incluídos os bacilos gram-negativos, móveis, classificados segundo Bergey (1934), porém, somente os que não dão indol, não liquefazem a gelatina e não fermentam a
lactose, sacarose e salicina. Nesse grupo estão incluídas principalmente a Salmonella paratiphi, Salmonella schottmülleri, Salmonella typhimurium, Salmonella enteritidis e Salmonella aertricke e outras espécies, as quais serão estudadas mais tarde, segundo o esquema de Kauffmann. Não estão inclui dos nesse grupo por darem indol, a Salmonella morgonii, a qual passou a ser Proteus morgonii na classificação de Bergey, (1940), a Salmonella columbensis (Bacterium columbensis)
descrita também com a denominação de Salmonella pauloensis; esses germes muito comuns são frequentemente encontrados em fezes e água. As Salmonellas são muito raras, pois em 9.810 exames de fezes, somente isolaram os autores, 34, sendo que 6 foram em fezes de portadores de germes. Nas fezes de portadores, encontraram os autores, 548 exames positivos para a Eberthella typhosa, seguindo-se a Shigella para-dysenteriae, variedade Hiss-Roussell, com 28.

 

https://doi.org/10.53393/rial.1942.2.33094
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Referências

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Copyright (c) 1942 Bruno Rangel Pestana, Maria José Faraco

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