Frequência das lesões detectadas no exame citopatológico, distribuídas por faixa etária, em mulheres atendidas na região do Vale do Ribeira, entre 2014 e 2015

Autores

  • Daniela Etlinger-Colonelli Instituto Adolfo Lutz
  • Sandra Lorente Instituto Adolfo Lutz

Resumo

No Brasil, as taxas de incidência e mortalidade por câncer de colo uterino ainda são elevadas e a análise dos dados de frequência de lesões representa um componente essencial dos programas de vigilância em saúde. Dados do IBGE apontam o Vale do Ribeira como a região com menor IDH do estado de São Paulo, um dos fatores de risco para desenvolvimento de lesões pré-neoplásicas. O presente estudo descreve as frequências relativa e absoluta dos diagnósticos de exames citopatológicos cervico‑vaginais por faixa etária, de mulheres atendidas nas Unidades de Saúde do Vale do Ribeira. Foram realizados 27.666 exames citopatológicos cervico‑vaginais no Laboratório de Citologia Oncótica do Instituto Adolfo Lutz (LCO‑IAL), entre 2014 e 2015, sendo 24.398 (88,20%) negativos; 558 (2,00%) insatisfatórios; 1.725 (6,24%) ASC-US; 522 (2,00%) LSIL; 160 (0,58%) ASC-H; 143 (0,52%) HSIL; 14 (0,05%) carcinoma; 102 (0,37%) AGC‑SOE; 11 (0,04%) AGC-NEO e 3 (0,01%) adenocarcinoma. Do total, 78,5% dos exames foram realizados em mulheres na faixa etária preconizada nas diretrizes brasileiras (25 a 64 anos). As mulheres jovens com idade abaixo de 24 anos apresentaram maior frequência de diagnóstico de ASC-US e LSIL. As HSIL foram mais frequentes na faixa etária de 25 a 29 anos e a faixa etária entre 30 e 34 anos mostrou maior frequência de carcinoma. A frequência de lesões precursoras, faixa etária de maior ocorrência e a identificação de características particulares da população atendida favorece o direcionamento das ações de saúde, resultando em benefícios às mulheres submetidas ao rastreamento do câncer de colo uterino.  

 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

World Health Organization (WHO).Comprehensive cervical cancer control: aguide to essential practice. Switzerland; 2014.

Ministério da Saúde, Instituto Nacional deCâncer José Alencar Gomes da Silva (INCA).Estimativa 2016: incidência de câncer noBrasil. Rio de Janeiro; 2016. [internet].[acesso em 13 fev 2016]. Disponível em:http://www.inca.gov.br/estimativa/2016

Ministério da Saúde, Instituto Nacionalde Câncer José Alencar Gomes daSilva (INCA). Manual de gestãoda qualidade para laboratório decitopatologia. Rio de Janeiro; 2012.

Ministério da Saúde, Instituto Nacionalde Câncer José Alencar Gomes da Silva(INCA). Diretrizes brasileiras para orastreamento do câncer do colo do útero. 2ªed Rev Atual. Rio de Janeiro: INCA; 2016.

Navarro C, Fonseca AJ, Sibajev A,Souza CIA, Araújo DS, Teles DAF et al.Cobertura do rastreamento do câncer decolo do útero em região de alta incidência.Rev Saúde Pública. 2015;49:17.

Sadovsky ADI, Poton WL, Reis-SantosB, Barcelos MRB, Silva ICM. Índice dedesenvolvimento humano e prevençãosecundária de câncer de mama e útero:um estudo ecológico. Cad. SaúdePública, 2015;31(7):1539-50.

Andrade MS, Almeida MMG, Araújo TM,Santos KOB. Fatores associados a nãoadesão ao Papanicolaou entre mulheresatendidas pela Estratégia Saúde daFamília em Feira de Santana, Bahia, 2010.Epidemiol. Serv. Saúde. 2014;3(1):111-20.

Protocolo do método manual BDSurePathTM, Papanicolaou em meio líquido.In: BD PrepstainTM System: guia resumidopara treinamento técnico do usuário, 2008.

Ministério da Saúde, Instituto Nacionalde Câncer, Coordenação de Prevençãoe Vigilância. Nomenclatura Brasileirapara laudos citopatológicos e condutaspreconizadas: recomendações paraprofissionais de saúde. 2.ed. Riode Janeiro: INCA; 2006.

Merckx M, Benoy I, Meys J, Depuydt C,Temmerman M, Weyers S, Vanden Broeck,D. High frequency of genital humanpapillomavirus infections and related cervicaldysplasia in adolescent girls in Belgium.Eur J Cancer Prev. 2014, 23(4): 288-93.

Rosa M, Mohommadi A. Cervical cytologyand Human Papillomavirus testing inadolescent women: implications inmanagement in management of a positiveHPV test. Patholog Res Int. 2014,1-4.

Wright Jr TC, Thomas Cox J, Stewart MassadL, Carlson J, Twiggs, LB, Wilkinson, EJ. 2001Consensus Guidelines for the managementof women with cervical intraepithelialneoplasia. AJOG. 2003, 189(1): 295-304.

Guo F, Hirth JM, Berenson AB. Cervicalcancer screening among women ≥ 70 years ofage in the United States-A referral problem orpatient choice. Prev Med. 2015; 81:427-32.

Abdullah NK, Daud S, Al-Kubaisy W, Saari,IS, Saad SR. Cervical cancer screeningafter 50: near extinction? Eur J ObstetGynecol Reprod Biol. 2016;206:136-40.

Zaabi MA, Muqbali SA, Sayadi TA, AmeeriSA, Coetsee K, Balayah Z, Ortashi O.Age specific cytological abnormalities inwomen screened for cervical cancer in theEmirate of Abu Dhabi. Asian Pacific Journalof Cancer Prevention. 2015,16:6375-9.

Ciesielska U, Nowinska K,Podhorska‑Okolow M, Dziegiel P.The role of human papillomavirus inthe malignant transformation of cervixepithelial cells and the importance ofvaccination against this virus. AdvClin Exp Med. 2012, 21(2):235-44.

Cuvelier CA, Bogers JP, Bourgain C,Delvenne P, Drijkoningen M, Garbar C,Kevers M, Remmelinck M, Thiepnt L,Verhest A, Weynand B, Willocx F. Belgianconsensus guidelines for follow-up of womeneith cervical cytological abnormalities.Acta Clin Belg. 2009, 64 (2): 136-43.

Bosoteanu M, Bosoteanu C, Deacu M, AschieM. The importance of monitoring protocolsin cervical carcinoma screening. Rom JMorphol Embryol. 2011;52(1):297-302.

Eversole GM, Moriarty AT, SchwartzMR, Clayton AC, Souers R, FathereeLA et al. Practices of participants inthe College of American PathologistsInterlaboratory comparison programin cervicocaginal cytology, 2006. ArchPathol Lab Med. 2010, 134:331-5

Nygärd JF, Skare GB, Thoresen SO.The cervical screening programme inNorway, 1992-2000: changes in Papsmear coverage and incidence of cervicalcancer. J. med. screen. 2002;9(2):89-91.

NHS Cancer Screening Programmes. NHSCervical Screening Programme StatisticalBulletin (England 2010-11). [internet].[acesso em 2 dez 2011]. Disponívelem: http://www.can-cerscreening.nhs.uk/cervical/statistics.html

Batista MLS, Cintra ACF, Santos JPC,Martins PD, Ribeiro AA, Tavares SBN etal. Resultados citopatológicos de mulheresque realizaram exame do colo do úteroem um laboratório escola da UniversidadeFederal de Goiás, GO: estudo de prevalência.J Health Sci. Inst. 2012;30(3):201-5.

Silva DSM, Silva AMN, Brito LMO,Gomes SRL, Nascimento MDSB,Chein MBC. Rastreamento do câncerdo colo do útero no Estado doMaranhão, Brasil. Ciênc. saúdecoletiva. 2014;19(4):1163-70.

Coelho CMC, Verde RMCL, OliveiraEH, Soares LF. Perfil epidemiológicode exames citopatológicos realizadosno município de Floriano, Piauí. Rev.Bras. Farm. 2014;95(1):459-73.

Sasieni P, Castañon A, Cuzick J. What isthe right age for cervical cancer screening?Women´s Health. 2010;6(1);1-4.

Downloads

Publicado

2016-11-30

Como Citar

1.
Etlinger-Colonelli D, Lorente S. Frequência das lesões detectadas no exame citopatológico, distribuídas por faixa etária, em mulheres atendidas na região do Vale do Ribeira, entre 2014 e 2015. Bepa [Internet]. 30º de novembro de 2016 [citado 3º de maio de 2024];13(155):1-10. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37803

Edição

Seção

Artigo Original

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)