Resumen
No Brasil, as taxas de incidência e mortalidade por câncer de colo uterino ainda são elevadas e a análise dos dados de frequência de lesões representa um componente essencial dos programas de vigilância em saúde. Dados do IBGE apontam o Vale do Ribeira como a região com menor IDH do estado de São Paulo, um dos fatores de risco para desenvolvimento de lesões pré-neoplásicas. O presente estudo descreve as frequências relativa e absoluta dos diagnósticos de exames citopatológicos cervico‑vaginais por faixa etária, de mulheres atendidas nas Unidades de Saúde do Vale do Ribeira. Foram realizados 27.666 exames citopatológicos cervico‑vaginais no Laboratório de Citologia Oncótica do Instituto Adolfo Lutz (LCO‑IAL), entre 2014 e 2015, sendo 24.398 (88,20%) negativos; 558 (2,00%) insatisfatórios; 1.725 (6,24%) ASC-US; 522 (2,00%) LSIL; 160 (0,58%) ASC-H; 143 (0,52%) HSIL; 14 (0,05%) carcinoma; 102 (0,37%) AGC‑SOE; 11 (0,04%) AGC-NEO e 3 (0,01%) adenocarcinoma. Do total, 78,5% dos exames foram realizados em mulheres na faixa etária preconizada nas diretrizes brasileiras (25 a 64 anos). As mulheres jovens com idade abaixo de 24 anos apresentaram maior frequência de diagnóstico de ASC-US e LSIL. As HSIL foram mais frequentes na faixa etária de 25 a 29 anos e a faixa etária entre 30 e 34 anos mostrou maior frequência de carcinoma. A frequência de lesões precursoras, faixa etária de maior ocorrência e a identificação de características particulares da população atendida favorece o direcionamento das ações de saúde, resultando em benefícios às mulheres submetidas ao rastreamento do câncer de colo uterino.
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