Avaliação do teor de açúcar e teste afetivo de alimento achocolatado em pó de marcas comerciais brasileiras

Autores

  • Maria Auxiliadora de Brito Rodas Instituto Adolfo Lutz, Núcleo de Química, Física e Sensorial, Centro de Alimentos. Coordenadoria de Controle de Doenças.
  • Maria Lima Garbelotti Instituto Adolfo Lutz, Núcleo de Química, Física e Sensorial, Centro de Alimentos. Coordenadoria de Controle de Doenças.
  • Mariana Galvão Barbosa Cadioli Instituto Adolfo Lutz, Núcleo de Química, Física e Sensorial, Centro de Alimentos. Coordenadoria de Controle de Doenças.
  • Anita Akiko Takahashi Instituto Adolfo Lutz, Núcleo de Química, Física e Sensorial, Centro de Alimentos. Coordenadoria de Controle de Doenças.
  • Davi Perini Temerloglou Instituto Adolfo Lutz, Núcleo de Química, Física e Sensorial, Centro de Alimentos. Coordenadoria de Controle de Doenças.

Palavras-chave:

Alimento achocolatado em pó., Teor de açúcar., Teste afetivo.

Resumo

 O objetivo do estudo foi analisar 10 amostras comerciais de alimentos  achocolatados em pó para comparar teores de açúcares com valores de  informação nutricional e valores energéticos totais (VET) por porção de  consumo, incluindo outros dizeres de rotulagem em consonância com a  legislação. Também verificar, nos produtos preparados, parâmetros sensoriais  afetivos. As amostras revelaram elevados teores de carboidratos avaliados em  sacarose (71,83 a 96,67g/100g). Em 50% deles o teor de açúcar encontrado  superou os valores declarados em rótulo. No consumo de duas porções do  produto (40g), a contribuição do açúcar já atinge (60,23 a 77,34%) a quantidade  diária do VET recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).  Houve variação sensorial afetiva significativa (p<0,05) entre as marcas  avaliadas, principalmente em relação à cor e sabor. O gosto doce não afetou  a aceitação, mas evidenciou que o consumidor aprecia ingerir alimentos ricos  em açúcar. De modo geral, demonstraram maior aceitação e preferência por  uma das marcas (A), que representou um produto de melhor cor, aroma e sabor  característico de chocolate. Inadequações nos dizeres de rotulagem apontam a  necessidade de maior rigor na fiscalização deste tipo de alimento. Conclui‑se,  também, que há necessidade de revisão da formulação a fim de adequá-lo  melhor às políticas de saúde pública, que buscam diminuir o açúcar de adição  dos produtos processados, visando à alimentação saudável da população, com  menor risco das doenças crônicas não transmissíveis..   

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Publicado

2017-04-30

Como Citar

1.
de Brito Rodas MA, Lima Garbelotti M, Galvão Barbosa Cadioli M, Akiko Takahashi A, Perini Temerloglou D. Avaliação do teor de açúcar e teste afetivo de alimento achocolatado em pó de marcas comerciais brasileiras . Bepa [Internet]. 30º de abril de 2017 [citado 26º de abril de 2024];14(160):1-15. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/37978

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