Diagnóstico ante-mortem da raiva humana: anticorpos neutralizantes em soro e líquido cefaloraquidiano

Autores

  • Luciana Botelho Chaves Instituto Pasteur
  • Andréa de Cássia Rodrigues Silva Instituto Pasteur
  • Graciane Maria Medeiros Caporale Instituto Pasteur
  • Karin Corrêa Scheffer Instituto Pasteur
  • Salim Jorge Waquim Neto Secretaria do Estado da Saúde do Maranhão – SES-MA
  • Maria Luiza Carrieri Instituto Pasteur
  • Ivanete Kotait Instituto Pasteur

Palavras-chave:

raiva humana, diagnóstico ante-mortem, líquido cefalorraquidiano, anticorpos neutralizantes de vírus

Resumo

 O diagnóstico laboratorial ante-mortem da raiva humana envolve a pesquisa do vírus em folículo piloso, saliva,     líquido cefalorraquidiano (LCR) e impressões de córnea, e a pesquisa de anticorpos neutralizantes do vírus da     raiva (AcN) em amostras de soro e LCR. A presença de AcN no soro ou LCR de indivíduos não vacinados é     indicativa de raiva, porém, esses resultados só ocorrem nos estágios finais da doença. Neste estudo foram     analisados os resultados da pesquisa de AcN em amostras de soro e/ou LCR de três pacientes com suspeita de     raiva, sem histórico de sorovacinação. O método de pesquisa de AcN foi o microteste simplificado de inibição de     fluorescência. O paciente A, apesar de não ter tido análise de sistema nervoso central (SNC), teve diagnóstico     de raiva com base nos sintomas clínicos e títulos de AcN de 3,0 UI/mL no soro e 0,37 UI/mL no LCR. Dos dois     pacientes que tiveram o vírus identificado post-mortem no SNC, o paciente B apresentou LCR com título de 12,0     UI/mL de AcN e o paciente C apresentou resultados negativos de AcN no soro e no LCR, sendo compatíveis     com a relação existente entre coleta e período de morbidade. Esses resultados mostram que a pesquisa de AcN     de pacientes suspeitos de raiva, sem histórico de sorovacinação e com longo período de morbidade, deve ser     feita em coletas subseqüentes de soro e LCR, para possibilitar o diagnóstico ante-mortem da raiva,     especialmente quando a coleta post-mortem de SNC tornar-se inviável.    

Downloads

Não há dados estatísticos.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Human Rabies Prevention – United States, 1999. Recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR 1999 jan 8; 48 (RR-1): 1-21.

Constantine DG. Rabies transmission by no byte route. Public Health Rep. 1962, 77:287-289.

CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Investigation of rabies infections in organ donor and transplant recipients-Alabama, Arkansas, Oklahoma, and Texas, 2004. MMWR 2004 jul 9; 53(26):586- 589.

Bronnert J, Wilde H, Tepsumethanon V, Lumlertdacha B, Hemachudha T. Organ Transplantations and Rabies Transmission. J Travel Med. 2007; 14(3):177–180.

WHO. World Health Organization. Rabies. Disponível em: http:/www.who.int/mediacentre/factsheets/ fs099 [2006 dezembro 22].

MS. Ministério da Saúde. Dados sobre a raiva. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/ pdf/raiva_2006.pdf [2007 abril 08].

WHO. World Health Organization. Intra-vitam diagnosis. Disponível em: http://www.who.int/rabies/human/ intra_vitam/en/print.html [2007 maio 07].

Murphy FA. Rabies Pathogenesis. Arch Virol. 1977; 54:279-297.

Hattwick MAW, Gregg MB. The disease in man. In: Baer GM. ed. The Natural History of Rabies 1975; Vol II: p.281-305.

WHO. World Health Organization. Expert Committee on Rabies. Eighth report. WHO Technical Report Series; 824. Geneva 1992.

Warrell MJ, Warrell DA. Rabies and other lyssavirus diseases. The Lancet 2004 mar 20; 363:959-969.

Crepin P, Audry L, Rotyvel Y, Gacoin A, Carroff C, Bourhy H. Intravitam diagnosis of human rabies by PCR using saliva and cerebrospinal fluid. J Clin Microbiol. 1998; 36(4):1117-1121 ::

Dean DJ, Abelseth MK, Atanasiu P. The fluorescent antibody test In: Meslin FX, Kaplan MM, Koprowsky H. Laboratory techniques in rabies 1996. Genebra: World Health Organization; p. 88-95.

Koprowsky H. The mouse inoculation test. In: Meslin FX, Kaplan MM, Koprowsky H. Laboratory techniques in rabies 1996. Genebra: World Health Organization; p. 80-87.

Favoretto SR, Carrieri ML, Tino MS, Zanetti. CR, Pereira OAC. Simplified fluorescence inhibition microtest for the detection of rabies neutralizing antibodies. Rev Inst Med trop S Paulo 1993; 35:171- 175.

Rupprecht CE. Rhabdoviruses: Rabies Virus. In: Baron S, Peake RC, James DA, Susman M, Kennedy CA, Singleton MJD, Schuenke S. Medical Microbiology. Fourth Edition. The University of Texas Medical Branch at Galveston, 1996. Disponível em: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books. [2007 maio]

Rupprecht CE, Hanlon CA, Hemachudha T. Rabies re-examined. The Lancet Infec Dis 2002 June 2; 327-343. Disponível em: http://infection.thelancet.com

CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Rabies in a laboratory worker – New York. MMWR 1977; 26:183-184.

Hattwick MA, Weis TT, Stechschulte CJ, Baer GM, Gregg MB. Recovery from rabies. A case report. Ann Intern Med. 1972; 76:931-942.

Porras C, Barboza JJ, Fuenzalida E, Adaros HL, Oviedo AM, Furst J. Recovery from rabies in man. Ann Intern Med. 1976; 85: 44-48.

Alvarez L, Fajardo R, Lopez E, Pedroza R, Hemachudha T, Kamolvarin N, Cortes G, Baer GM. Partial recovery from rabies in a nine-year-old boy. Pediatr Infect Dis J. 1994; 13:1154-1155.

Madhusudana SN, Nagaraj D, Uday M, Ratnavalli E, Kumar MV. Partial recovery from rabies in a six-yearold girl. Int J Infect Dis. 2002; 6:85-86.

CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Recovery of a Patient from Clinical Rabies - Wisconsin, 2004. MMWR 2004; 53 (50):1171-1173.

]24. CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Imported human Rabies- France, 1992. MMWR 1992 december; 41(51):953-955.

CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Human Rabies – Tennessee, 2002. MMWR 2002 september 20; 51(37):828-829.

Hemachudha T, Wacharapluesadee S. Antemortem diagnosis of human rabies. Clin Infect Dis. 2004; 39:1085-1086.

Downloads

Publicado

2007-05-31

Como Citar

1.
Botelho Chaves L, Rodrigues Silva A de C, Medeiros Caporale GM, Corrêa Scheffer K, Waquim Neto SJ, Carrieri ML, Kotait I. Diagnóstico ante-mortem da raiva humana: anticorpos neutralizantes em soro e líquido cefaloraquidiano. Bepa [Internet]. 31º de maio de 2007 [citado 29º de abril de 2024];4(41):8-12. Disponível em: https://periodicos.saude.sp.gov.br/BEPA182/article/view/38751

Edição

Seção

Artigo Original

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>